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Artigo de Opinião

Economista

6/02/2025 08:00

Na cidade do Funchal, onde cada nome de rua conta uma história, existe a oportunidade de homenagear um português cujo legado transcende o comum. O Barão de Castelo de Paiva, homem de inteligência e dedicação cívica, merece ficar gravado na própria estrutura desta cidade dando-lhe o nome de uma rua ou avenida.

Antonio da Costa Paiva (1806-1879), Barão de Castelo de Paiva, foi um botânico, naturalista, médico, e professor visionário cujos contributos abrangeram tanto a ciência como o serviço público. Como naturalista e botânico, os seus estudos meticulosos da flora da Madeira continuam a ser uma pedra basilar do património científico da Região Autónoma da Madeira. A sua obra sobre a fauna e a flora da Região Autónoma da Madeira, caracterizada pelo rigor, projectou a Madeira, e a Macaronésia, nos meios intelectuais europeus da época. Reconhecer estas conquistas na toponímia da capital da Região não é apenas um ato de recordação, mas uma celebração da virtude intelectual, um valor que deve inspirar as gerações futuras de madeirenses.

O impacto do Barão de Castelo de Paiva não se limitou à esfera académica. Enquanto funcionário público exemplar, atuou sempre a favor da res publica, mesmo aquando do seu falecimento no Funchal, o Barão legou toda a sua fortuna, que era considerável, a estabelecimentos pios e de caridade. Numa era repleta de desafios, a sua carreira e legado constituem um modelo exemplar nos dias de hoje.

Esta proposta trata-se de ligar o passado ao presente. As ruas e avenidas do Funchal já prestam homenagem a exploradores, poetas e estadistas, mas a inclusão de uma figura como o Barão de Castelo de Paiva acrescentaria uma narrativa matizada. Sinalizaria que o progresso não é apenas medido por viagens ousadas ou triunfos políticos, mas também pelo poder silencioso e transformador do conhecimento científico e da responsabilidade cívica.

O ato de dar nomes às ruas não é puramente simbólico, mesmo que se faça pouco para enfrentar os desafios contemporâneos. No entanto, os símbolos são importantes pois moldam a forma como as comunidades se percepcionam a si próprias e quais as suas aspirações. Ao batizar uma rua com o nome do Barão, o Funchal estaria a afirmar aquilo que realmente valoriza: rigor intelectual, serviço público e compromisso com o progresso. Além do mais, ao celebrar um homem de ciência e de serviço, o Funchal reforçaria a sua identidade como pólo de inovação e investigação.

Adicionalmente, esta iniciativa poderia servir como um projeto unificador, juntando escolas, sociedades históricas e organizações cívicas para celebrar a vida e a obra do Barão, intimamente relacionada com a Região Autónoma da Madeira.

Batizar uma rua do Funchal com o nome de Barão de Castelo de Paiva é uma proposta ponderada e virada para o futuro. É um reconhecimento de um legado que continua a inspirar e uma lembrança dos valores que devem nortear a identidade da Região Autónoma da Madeira.

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