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Artigo de Opinião

Professor

1/08/2021 08:00

É uma técnica que se perde longe nos anais da História. Com exemplos atuais e icónicos, para desculpabilizar as tentativas frustradas dos anunciados "amanhãs que cantam" e outras utopias comunistas do século passado. É a demagogia em estado primário. A culpa é sempre dos outros.

Assistimos, nestas décadas, à embriaguez romântica esquerdista, saudosista, que tudo desculpa à tirania cubana, idolatrando Fidel, acusando o capitalismo americano por todos os males que ainda hoje subjugam, até à indignidade humana, o massacrado povo cubano.

Vemo-los também, embora já tímida e envergonhadamente, do lado de Chaves e de Maduro, sem nunca condenar o mais ridículo e nefasto governo socialista da atualidade, com o argumento sempre presente de que, lá no fundo, tudo aquilo poderia ser evitado se não fosse a crueldade e os interesses escondidos do poderoso Tio Sam.

E vamos nesta onda de branqueamento político que quer à força limpar a imagem de Otelo Saraiva de Carvalho, que, para eles, tendo sido herói, nunca poderia também ter sido vilão. Esquecendo ou querendo fazer esquecer que o 25 de Abril foi apenas o dia do golpe militar que derrubou o antigo regime. Que o tempo do PREC, que se seguiu, pôs a nu a verdadeira natureza dos projetos políticos que muitos tinham para o País e para a Região.

Aqui, também todos aclamaram a chegada desse "dia inteiro e limpo", mas nem todos foram atrás dos desmandos revolucionários que se seguiram. Nem todos embarcaram na propaganda, nem todos quiseram idolatrar "ad aeternum" os que, tendo liderado o processo inicial, e tendo-se por isso enchido de vaidade e deslumbramento revolucionário, quiseram arrastar o povo para outro abismo político e social, a chamada democracia popular, onde eles mandam e o povo não vota. Otelo cometeu atos criminosos pelos quais foi condenado e depois amnistiado pela torrente esquerdista, a que amordaçou Portugal à pala da Revolução dos Cravos e perdoou os terroristas das FP25.

Os defensores aqui no concelho, mesmo depois de terem embarcado na traineira do PS democrático, continuam ainda com o denominador comum dos românticos revolucionários. Na sua área de intervenção, a culpa nunca é deles. É do inimigo externo. Aqui é do Funchal, do Governo Regional e do PSD. Ora essa!

Mas, há dias, as palavras de Paulo Cafôfo, na apresentação da candidatura do PS às autárquicas de Machico, tocaram num céu nunca descoberto. "Os piratas ainda continuam aí, e é por isso que Machico deve continuar a ser terra de Abril, terra de Liberdade".

Já tínhamos ouvido de tudo, mas nunca, mesmo nunca, ninguém ousou tamanha pirataria. Talvez tenha sido para ter graça. Para mostrar-se à altura das eloquências discursivas habituais nos machiquenses herdeiros dos desmandos de Otelo, do PREC, das FUP, dos GDUP e da UDP. Ou talvez por inabilidade na construção duma metáfora mais apropriada aos tempos modernos. Porque aqui, a não ser o líder regional do PS Madeira, já ninguém acredita nesses delírios. E já agora, oh Paulo, aqui nunca houve piratas. Corsários sim, alguns. É preciso saber apontá-los, com objetividade, sem filtros partidários ou ideológicos.

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