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Artigo de Opinião

26/03/2021 08:02

Fomos apanhados de surpresa, nenhum serviço dos estados europeus estava preparado para o que enfrentamos. A Saúde e a Educação foram fortemente afetadas por esta impreparação. A Saúde viu-se a braços com enormes quantidades de doentes, não me atrevo a tecer considerações sobre a forma e o método como enfrentaram esta adversidade, não posso nem tenho conhecimento suficiente para tal, mas como espetador considero que tem feito um excelente trabalho. Manifesto, pois, o meu enorme respeito pelos profissionais da linha da frente.

Na Educação também a impreparação se notou. Escolas fechadas implicaram a transformação da prática pedagógica, muitos erradamente chamaram-lhe ensino a distância, mas trata-se apenas de ensino remoto de emergência. De forma muito simples, no primeiro há um equilíbrio entre atividades síncronas e atividades assíncronas, no segundo há uma preponderância nas atividades síncronas.

Ao longo da minha carreira fui-me especializando na utilização da tecnologia nas atividades educativas, estive desde o primeiro momento no esforço formativo feito, ao longo da pandemia, pelos professores, pelas escolas, pelas associações profissionais, pelo governo regional. Tive a honra de conduzir a formação de algumas centenas de colegas, no último ano. Para além das funcionalidades da plataforma que iriam usar, uma das preocupações dos professores durante estas sessões foi sempre a avaliação, questões como avaliar? Como avaliar à luz do decreto-lei nº 55/2018? Certo é que a variedade de instrumentos de avaliação cresceu e tornaram a avaliação mais justa, já não conta apenas a capacidade de memorizar.

A crise pandémica afetou, e muito, os rendimentos das famílias, como tal houve uma retração do consumo em especial dos bens acessórios. Muitas famílias continuaram a apostar no futuro dos filhos, os centros de apoio "explicações" sofreram um acréscimo de clientes, a fazer fé nas informações que alguns explicadores me deram. Mas, tal como a escola, tiveram de investir em sistemas online e diversificar a oferta.

É, contudo, lamentável que alguns explicadores, que não se quiseram modernizar (por falta de fé no ensino a distância, segundo dizem) venham agora para a comunicação social carpir pondo em causa a avaliação que os professores fazem. Sabemos que querem manter a sua zona de conforto, manter-se apenas uma disciplina, com métodos tradicionalistas e com alunos escolhidos a dedo e em pequenos grupos. A estes senhores questiono: alguma vez deram aulas numa escola? Alguma vez avaliaram? Alguma vez tiveram turmas heterógenas de 20 alunos? Alguma vez tiveram de se preocupar com as dificuldades económicas de um aluno? Sabem o que mudou no sistema educativo em termos de avaliação? Então saibam que embora eu saiba para que serve um analgésico, isso não me dá habilitações para o prescrever.

Bem diz a sabedoria popular: Cada macaco no seu galho.

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