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Artigo de Opinião

Directora Business Development

8/02/2021 08:00

A resposta foi clara e em Junho de 2016 o Reino Unido votou em referendo, para a saída da União Europeia. O país decidiu que pretendia tomar novamente as rédeas do seu futuro, deixando de seguir regras de uma Europa a 28. A consternação era patente em Londres e as vozes misturavam-se entre a glória da vitória do Brexit e o receio que a mudança acarretava. Num palco internacional como Londres, com mais de 250 nacionalidades em constante movimento, as dúvidas surgiam. Os sépticos defendiam que o Brexit havia sido o voto na ilusão, de uma camada envelhecida, em reaver o tão glorioso, como saudoso, império britânico, contra os brexiteers (pessoas a favor da saída do Reino Unido da União Europeia) que insistiam na soberania deste país e que era tempo de voltarem a tomar as suas próprias decis?es.

Durante mais de 3 anos, o tema das conversas nos cafés, nos pubs, nas milhares de conferências e palestras que aqui se realizam, discutia-se o Brexit e as suas implicaç?es. As ruas encheram-se de protestos e manifestaç?es de apoio, num verdadeiro equilíbrio de ideais. A Câmara dos Comuns viveu momentos acesos, únicos, até mesmo teatrais, que irão ficar para sempre nas nossas memórias.

Com a chegada de 2020, o Reino Unido solidificava os termos da saída da União Europeia. As vozes de consternação eram agora substituídas por vozes de esperança e de apoio, para um Reino Unido livre e pronto para um novo ciclo que, apesar de algumas fragilidades, se avizinha próspero e com largo envolvimento internacional, desde o Oriente ao Ocidente e agora era business as usual (negócios como sempre).

Mas rapidamente as aberturas dos telejornais começaram a dar notícia de um vírus, o Covid-19, inicialmente detetado na cidade chinesa de Wuhan, que alastrava a uma velocidade avassaladora em direccao à Europa. O vírus fustigava então Itália e Espanha, ceifando vidas, infectando milhares de pessoas diariamente, paralisando economias e deixando um rasto de dúvida e de dor por onde passava.

No início de Março de 2020, o governo de Boris Johnson, toma a difícil decisão de fechar as escolas e assim mandar a 6a maior economia do mundo, para uma situação de paragem obrigatória de todas as actividades e assim entramos no primeiro confinamento. As notícias lançavam diariamente números aniquilantes de pessoas infectadas e de mortes devidas ao vírus. As dúvidas da ciência em relação ao vírus que enfrentávamos eram aterradoras, uma vez que todos sabíamos, que o vírus lapidava vidas, com maior incidência nas pessoas de mais idade.

O Reino Unido, ao longo deste ano de luta contra um inimigo invisível, demonstrou uma superioridade na gestão da crise que atravessamos, comparativamente a outras naç?es. Enquanto o mundo e a ciência tentavam encontrar respostas para esta situação de catástrofe, o Reino Unido tomou a dianteira e em meados de Abril de 2020, investiu massivamente na industria farmacêutica, nomeadamente nos projectos da AstraZeneca e Pfizer UK, comprando milh?es de vacinas, por forma a assegurar um número suficiente para inocular a sua população. Fê-lo com a noção que corria o risco das farmacêuticas não serem bem sucedidas nos seus projectos, de encontrar a vacina para combater este vírus, mas com a certeza de querer estancar a onda de mortes que o país atravessava.

Com a chegada da vacina em Novembro de 2020, foi posto em marcha um arrojado plano de vacinação da população no Reino Unido, que teve inicio em 8 de Dezembro. O plano de vacinação é simples e claro, o primeiro grupo a ser vacinado são as pessoas com mais de 80 anos, profissionais de saúde e profissionais de lares de idosos e segue-se o grupo dos 75 anos, respeitando o simples critério da idade. O não cumprimento de tal regra é punido com avultadas multas. Foram já administradas no Reino Unido, mais de 10 milh?es de vacinas.

Apesar de não ter apoiado o Brexit e ser uma fervorosa apoiante da União Europeia, pude testemunhar a forma admirável com que o Reino Unido actuou numa situação de emergência contra o vírus Covid-19, completamente descomprometido das amarras burocráticas da Europa. Não existem mais dúvida em relação ao Brexit. O Reino Unido encontra-se numa trajectória de ascenção e apesar da crise financeira que irá atravessar nos próximos anos (como todos os países que têm sido fustigados pela maliciência deste vírus) irá suceder vigorosamente, demonstrando ao mundo, a grande nação que sempre foi.

Cristina Andrade Correia escreve
à segunda-feira, de 4 em 4 semanas

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