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Artigo de Opinião

Administrador JM

11/12/2021 08:10

Há candidatos que já estão eleitos. São os casos dos cabeças-de-lista do PSD e do PS pelo círculo da Madeira, por exemplo, que pelo histórico das eleições anteriores elegem sempre pelo menos um deputado.

Os partidos gostam destas contas. O Presidente da República, esse, adora. Foi quase só por essa azáfama - trocar uns, anular outros e ajeitar outros mais - que Marcelo Rebelo de Sousa passou largas semanas a insinuar que tínhamos de ter eleições antecipadas, desse no que desse. Porque sim. O inquilino de Belém foi tão convincente que levou os partidos todos atrás dessa artificialidade: afinal, nenhum partido poderia desdizer-se, recusando eleições ou validando partidos rivais.

E assim vamos todos, cantando, rindo e fazendo testes de antigénio, para uma campanha eleitoral e eleições inúteis. Lá para trás ficam os discursos de que este tempo de pandemia não está para brincadeiras. Afinal, foi só a 28 de setembro de 2020 que o Presidente da República defendeu que "não há lugar para querelas institucionais durante pandemias" e que nesta conjuntura a estabilidade se deve sobrepor aos ciclos eleitorais e a "visões particularistas ou de promoção pessoal".

"Essa é uma lição que nós aprendemos antes da pandemia, mas que nós desenvolvemos com a pandemia: não há lugar para querelas institucionais durante pandemias, não há lugar para querelas institucionais no decurso de uma gravíssima crise económica e social", afirmava o Presidente Marcelo, no fecho da V Cimeira do Turismo, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Apenas um ano e um mês depois deste belo discurso, Marcelo desdisse-se e avançou para ficar na história, ao estilo ‘eu também deito governos ao chão’. Um ano e um mês depois, a pandemia tinha acabado? A crise económica e social estava debelada?

Chegados a 31 de janeiro, após a contagem dos votos, o dilema é saber o que faremos se as eleições tiverem ditado que tudo fica na mesma. Ou se a configuração governativa ficar igual. Será que podemos ‘demitir’ o Presidente da República?

Forças estranhas

Não é só António Costa que se prepara para aproveitar e fazer a remodelação ministerial mais pacífica possível, sem qualquer desgaste pessoal e com todo o tempo do mundo, até com o Parlamento silenciado. Também as diversas forças políticas aproveitam esta ‘hora de recreio’ para fazer mudanças internas, tirando este e colocando aquele, com muito ajuste de contas pelo meio.

Veja-se só o exemplo da Madeira, onde os principais partidos procedem a alterações que o comum do cidadão dificilmente entenderá. Não só porque ninguém explica, mas sobretudo porque não há explicações plausíveis.

Como compreender a recondução do cabeça-de-lista no PSD-Madeira, agora coligado com o CDS nesta eleição nacional? Pelo trabalho feito não pode ser; pela determinação em fazer melhor é quase impossível.

Na lista do PS-Madeira, outros mistérios se adensam também. A liderança que ainda não saiu de cena - consta que só sai à 5.ª derrota consecutiva - agarra-se agora com unhas e dentes ao odiado cabeça-de-lista anterior. Querem uma boleia para despachar para Lisboa o símbolo da arrogância que dizimou o partido.

E o que dizem as ‘bases’ destes partidos a estas artimanhas urdidas de fora para dentro? Batem palmas e pagam quotas.

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