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Artigo de Opinião

AQUINTRODIA

30/01/2022 08:00

Estamos de novo chamados ao relevante direito e dever de pronúncia em liberdade. Vivendo, felizmente, em democracia, sistema onde a soberania pertence à comunidade, é pelo voto que a democracia se expressa.

É O VOTO A NOSSA VOZ!

Votar é o exercício da verdadeira soberania democrática. Mas votar dá trabalho. Votar pressupõe uma opção consciente, responsável, preparada, com avaliação de projetos, programas, soluções que nos concedam condições adequadas a uma vivência comunitária digna, realizada, feliz, dotada dos meios para uma vida em harmonia, onde o ser humano se sinta confortavelmente bem, em tantos aspetos que compõem a vida.

No entanto, o que se vem verificando com alguma preocupação justificada, é um aumento exponencial da ABSTENÇÃO. Abster-se é desvincular-se ou desresponsabilizar-se do processo de escolha.

Abster-se será alhear-se ou distanciar-se do trabalho e preparação que as escolhas sempre dão. Será o comodismo da inatividade, da inércia, será o medo de errar, será a angústia do ter de decidir.

Ou será sintoma de cansaço, opção consciente, em modo de punição, em jeito de desalento ou desilusão pela falta de soluções que respondam à caminhada comunitária para uma vivência melhor, mais preenchida e feliz.

De uma coisa estou certo : A abstenção é chaga do sistema democrático, porque é virar costas a ter voz, é ausentar-se de ser membro ativo da comunidade, abandonando-se à decisão dos outros.

AS MAIORIAS

Tem o direito de governar quem obtenha o maior número de votos.

A democracia é o poder decisório das maiorias. Pode ser exercido com a sobranceria do domínio, ou com a humildade do diálogo.

Num sistema parlamentar, como o português, encontrou-se a forma de distorcer o direito ao governo de quem tenha mais votos, através de acordos ou alianças, que garantam maiorias vencedoras.

Quando os acordos deixam de ser garantia de estabilidade, devido às contrapartidas irrealistas ou inoportunas, exigidas pelos parceiros das alianças, pode optar-se por obter maioria absoluta, ou seja, por ser merecedor de metade dos votos mais um, o que lhe garantirá posição sempre ganhadora nas decisões.

Mas será maioria absoluta sinónimo de estabilidade?

Quem não consiga ser vencedor em debates e votações nos Parlamentos, por ser minoria, pode optar pela instabilidade na rua.

Então, naturalmente, aumentarão as greves, as paralisações, os conflitos, as exigências que doutra forma não se alcançam.

A instabilidade fica instalada.

A MODA DAS SONDAGENS

Na campanha que acabou de findar, inovou-se a moda das sondagens diárias. Então é ver o ziguezaguear das posições em cada dia, conforme os resultados.

Passa a ser escandalosamente direta a caça ao voto, prometendo-se aquilo que o Zé Povo gosta de ouvir, e não o programa delineado em consciência e responsabilidade.

DEBATES CLARIFICADORES?

Foram muitos, quase todos bem conduzidos por gente competente e preparada. O relevante era saber quem venceu, quem teve a postura adequada, quem brilhou, quem humilhou.

Alguém se referiu a quem melhor clarificou as ideias para o País que se quer e se precisa?

POLÍTICA SÓ DE ALGUNS?

Não, a política é de todos nós, como destinatários ou atores. Não é luta de palco e maldizer.

Que bom seria que a política estivesse no horizonte vivencial de cada cidadão, com interesse, respeito, dignidade e participação atuante e responsável!

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