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Artigo de Opinião

29/03/2021 08:00

Uma realidade a que a Madeira não é alheia, sendo certo que, até à data, a forma como o processo foi organizado e se encontra montado - na base de um planeamento que, a cargo das entidades competentes, elencou prazos e públicos-alvo prioritários e de maior risco - merece todo o reconhecimento público, reconhecimento esse que, aliás, é bem expresso por parte de quem já foi vacinado. Basta ouvir, o mérito existe e é bom que seja lembrado.

Aliás, até ao passado dia 21 de março, já foram administradas 40.258 vacinas na Região e é importante lembrar que estamos no terceiro lugar entre as Regiões do País mais avançadas na Vacinação, num processo que tem sido extremamente exigente e complexo e que, lá está, não depende apenas da nossa vontade, mas, sim, do número de vacinas que nos chegam e que, felizmente, se prevê reforçado já no próximo mês de abril.

E no meio desta exigência, da pressão a que estamos sujeitos há mais de um ano, há que reconhecer todos aqueles que estão e estiveram na linha da frente contra a pandemia e que, hoje, continuam a dar o melhor de si pelo bem comum. Por detrás de todos estes números, há rostos, há nomes. Entidades que desde a primeira hora souberam delinear estratégias acertadas, pese embora as críticas destrutivas de que foram alvo. Profissionais de saúde que foram e que continuam incansáveis nesta luta e que nem sempre são lembrados ou sequer valorizados no tão grande mérito e serviço que têm prestado à Região. Pessoas que sofreram e sofrem as consequências de uma pandemia que veio pôr à prova todo o nosso Sistema Regional de Saúde, mas, também, toda a nossa economia e capacidade de resiliência.

Por detrás desta pandemia e de toda a luta empreendida este ano, há muito mais do que a mera demagogia daqueles que, antes, falavam da falta de resposta, das listas de espera e do caos instalado na saúde regional e que agora, nem perante o extraordinário trabalho que foi e que continua a ser feito, são capazes de admitir o quanto fomos capazes de dar a volta a toda esta situação.

Uma palavra de reconhecimento que faz todo o sentido, tanto mais porque, além de tudo aquilo que fizeram por nós, a favor da Madeira, também muitos profissionais de saúde sofreram na pele a doença, foram vítimas da COVID19 e são hoje exemplo de recuperação. Além dos doentes que ajudaram e recuperaram, também eles e suas famílias viveram o drama de uma doença que não escolhe quem ataca.

E é esse o reconhecimento que nos compete. É por isso que a nomeação da Dra. Carmo Caldeira, conhecida e exemplar médica do Hospital Dr. Nélio Mendonça, para presidir à Comissão das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades que se assinala na Madeira faz todo o sentido e deve ter sido das melhores opções recentemente tomadas pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Uma opção que, homenageando todos os profissionais de saúde do País e da Região e simbolizando, na pessoa da Dra. Carmo Caldeira, o trabalho, a dedicação e a entrega que todos estes Homens e Mulheres assumiram neste ano de pandemia, abre espaço a que toda esta abnegação ao serviço dos outros ganhe uma expressão maior e seja devidamente valorizada, especialmente num País que nem sempre reconhece, como devia, o mérito dos seus.

A nomeação da Dra. Carmo Caldeira, exemplo na sua profissão e na forma como também superou a COVID19 de que foi vítima, representa a esperança de que vale a pena lutar e de que vale sempre a pena honrar aquilo em que acreditamos, seja enquanto profissionais seja enquanto pessoas. E é a ela e a todos os profissionais de saúde que cuidaram e cuidam de nós, Madeirenses e Porto-Santenses, que deixo, nesta ocasião, o meu muito obrigado.

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