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Artigo de Opinião

20/06/2023 08:00

As causas para tal acontecimento histórico são muitas, já faladas e debatidas, mas não podemos pensar que é um problema de agora. Há épocas a esta parte o risco da descida esteve sempre patente nas últimas jornadas do campeonato, safando-se quase sempre em ‘cima da linha’. Mais uma vez, o caso não era novo, a doença, se é que podemos chamar assim, já estava diagnosticada, mas o tratamento foi mal aplicado.

A única coisa positiva desta temporada foi o regresso da massa associativa verde-rubra ao Estádio do Marítimo, tornando-se, agora sim, no ‘Caldeirão dos Barreiros’ — pena os resultados não corresponderem ao que os adeptos mereciam. Esses mesmos adeptos que foram corridos para bancadas de betão, esquecidos e marginalizados, mostraram que, apesar disso, o que realmente importa no Marítimo é a sua massa humana.

Num breve resumo, em relação ao que se passou dentro das quatro linhas, não vou opinar sobre o que esteve fora, o diz-que-disse, e teorias de conspiração, que essas não são baseadas em factos, provas ou evidencias, apenas servem para desestabilizar, e tivemos umas quantas durante esta época. Citando o ditado popular, "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita", foram seis jornadas iniciais sem um único ponto, equipa deficitária, com lacunas evidentes que transacionaram do ano anterior, e o último lugar na Liga NOS. Pelo meio houve penaltis falhados — já veremos como o futebol acaba por ser poético —, expulsões, arbitragens vergonhosas, silêncios ensurdecedores e deixa a andar. Chegamos a dezembro e a direção da SAD que tinha assumido os comandos no ano anterior já lá não morava. Ajustes no mercado de janeiro, que serviram para aumentar a competitividade, e pouco mais. Chegamos ainda a sonhar com a permanência direta, mas golos falhados, golos sofridos de maneira infantil, deitaram tudo por terra, resumindo uma autossabotagem tremenda. No playoff aconteceu o inevitável, um milagre parecia surgir em tempos de descontos, mas para depois voltarmos à sina de início de temporada, penaltis falhados, que selaram a descida.

Mas a culpa não pode morrer solteira, não nos podemos simplesmente justificar com a bola que não entra, é preciso perceber o porquê disso, também o motivo de ter sido a equipa que mais golos sofreu, é um conjunto de coisas que a responsabilidade tem de ser apurada.

Comecemos pelo mais simples, a SAD não conseguiu identificar as lacunas e suprimi-las, os treinadores, e foram três, não conseguiram tirar o melhor proveito dos jogadores que tinham, os jogadores não eram os adequados para o que o Marítimo pretendia, e a direção do clube deixou arrastar. Estes quatro fatores juntam-se para este desfecho.

O que fazer? Primeiramente, ter um plano A, B e C, não podemos continuar ao sabor do vento. Eu, enquanto sócio, não quero saber de esclarecimentos, pedidos de Assembleia Geral, etc., quero soluções e uma direção que mostre que já está a trabalhar na próxima época, que começa em menos de um mês. Depois temos de ver como é que o clube pode ser sustentável num futuro próximo, arranjar alternativas de financiamento, passando por naming do Estádio, entre outros ativos que o clube possa ter, mas nunca abdicar da maioria da SAD.

O futuro é uma incerteza para mim, nunca passei por uma situação destas, nem eu, nem a maioria dos maritimistas, mas quando as dificuldades aumentam os sócios verde-rubros dizem presente.

OPINIÃO EM DESTAQUE
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