MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

7/05/2025 08:00

A Festa da Flor é, hoje, uma marca consolidada da Região Autónoma da Madeira, com forte expressão cultural, impacto económico e grande projeção turística. A sua relevância ultrapassa o aspeto decorativo ou estético das flores, é uma celebração da identidade madeirense e da relação profunda que existe entre o território e a Natureza.

A Madeira apresenta condições únicas para a valorização do património florístico, tanto pela diversidade de espécies nativas e exóticas como pelo clima ameno que permite floração ao longo de todo o ano.

Essa realidade tem sido aproveitada para a construção de um destino turístico diferenciado, assente também numa imagem de ilha-jardim. Desde os grandes jardins privados, como a Quinta do Palheiro ou a Quinta Monte Palace, aos pequenos quintais repletos de cântaros de orquídeas e outras flores singelas ou exuberantes, sem esquecer os jardins públicos mantidos por autarquias ou outras entidades governamentais.

Neste domínio, o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM (IFCN) tem assumido um papel estruturante. Através da gestão de vários jardins públicos, parques e infraestruturas verdes da Região, o IFCN contribui ativamente para a manutenção de uma paisagem urbana cuidada, com impacto direto na qualidade de vida dos residentes, na mitigação dos efeitos das alterações climáticas e na promoção de uma estética paisagística coerente com o posicionamento turístico da Madeira.

A complexidade e exigência técnica associadas à gestão destes espaços verdes justificaram, em 2018, a criação da Carreira Especial de Técnico de Espaços Verdes, uma forma de reconhecer o trabalho especializado dos profissionais envolvidos na manutenção dos jardins e assegurar a continuidade do saber técnico necessário à gestão sustentável destes espaços. A manutenção de jardins públicos, como o Jardim de Santa Luzia, o Jardim da Quinta Vigia, o Jardim do Garajau ou o Jardim das Madalenas, exige práticas baseadas em critérios ecológicos e funcionais, como o uso eficiente da água, o controlo de espécies invasoras, a escolha de espécies adaptadas e a gestão integrada do solo.

Entre os espaços sob gestão do IFCN, o Jardim Botânico da Madeira Eng.º Rui Vieira assume um papel de destaque. Inaugurado em 1960 na antiga Quinta do Bom Sucesso (comemorou o seu 65º aniversário no passado dia 30 de abril) este espaço foi concebido com o propósito de reunir funções científicas, educativas, conservacionistas e turísticas num único local. Desde então, consolidou-se como uma das infraestruturas públicas mais visitadas da Região com mais de 400 000 entradas no último ano e que muitos elogios tem tido. O Jardim integra uma coleção viva de centenas de espécies de plantas oriundas de várias regiões do mundo, e possui ainda um herbário científico e um banco de sementes, que documentam e salvaguardam a diversidade florística da Região, bem como um Museu de História Natural, que contribui para a divulgação do património geológico, botânico e zoológico do arquipélago.

A Festa da Flor constitui, assim, um reflexo do esforço coletivo da Região para preservar e valorizar a sua paisagem. Manter e qualificar os espaços verdes é garantir a continuidade de uma marca que diferencia a Madeira no panorama internacional — uma marca assente na beleza e na competência técnica no que aos Jardins espaços verdes diz respeito.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
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Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

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