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Artigo de Opinião

Médico-Dentista

21/12/2025 07:35

Ouço muitos dizerem “confia no processo”. Mas que raio de processo é esse? E será que ele sabe que toda a gente está a confiar nele? É que eu começo a perder a esperança. Ano após ano são os balancetes e as renovações de votos. Resoluções de Ano Novo que duram menos do que um fósforo. E não, não estamos a ficar melhores. Nem mais humanos estamos a ser. Até a inteligência já é artificial. Sentimentos? Nem sombra. Tanto é que o que nos choca não é mais o que importa, mas sim o que não conta para nada. Eu explico...

Por estes dias, parece ter-nos incomodado mais umas declarações de um Ministro da Educação do que o que fez um profissional da justiça então ao serviço do seu ministério. Sim, se o primeiro, espalhando-se na forma desastrada como comunica, ainda vê as suas palavras retiradas de contexto, despidas dos reais propósitos e agasalhadas por más intenções, o segundo só assumiu ser responsável por crimes dos mais hediondos e abomináveis a que se pode assistir...

Fernando Alexandre dizia, entre outras coisas, que as bolsas deviam ser revistas. Que um aluno de Lisboa a estudar em Lisboa, não deve receber o mesmo que um outro que estude com ele, mas seja de um local mais distante: “a bolsa tem que ser muito diferente, porque os custos de estudar em Lisboa são muito diferentes para estes dois estudantes”. Irrelevante? Claro que sim. Não tem ponta por onde pegar. É clarinho!

Outro “anúncio” feito pelo senhor foi o do aumento no número de camas ao abrigo do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior: “vamos ter uma oferta de 26 mil camas em relação às 15 mil que existiam e isto vai ser uma transformação enorme na oferta de alojamento e vai resolver uma parte do problema dos estudantes deslocados”. Sim, e o que é que isso importa? Continua a não ser nada por ai além. Nada digno de registo. Não é mais do que o dever “deles”, certo?

O pior foi quando decidiu explicar, no seu entender, a forma como olhava para as residências universitárias e quem as habitava: “aquilo que nós fazemos no Ensino Superior é não misturar, é pôr nas residências universitárias os estudantes dos meios socioeconómicos mais desfavorecidos e por isso também já agora é que depois elas se degradam, é por isso que elas depois se degradam, é por isso que elas depois não são cuidadas”. Ui ui. Meu Deus e meu Senhor. Caiu o Carmo e a Trindade. Aqui sim, começou o problema. Os tais oportunistas desonestos aproveitaram-se das palavras de um político que nunca pensou sê-lo e comunica como se não o fosse, e passaram a acusá-lo de estar a atribuir a responsabilidade da degradação dos espaços aos mais desvalidos que lá tinham endereço e código postal.

Mas se querem saber, eu não duvido nada que esses manipuladores reconheciam que o que ele estava a querer dizer era que esses locais funcionavam como guetos para onde se enxotavam os que têm menos voz, facilitando assim o desleixo e a deterioração das condições. Sim, tal como acontece na maioria dos hospitais públicos em contraponto com os privados. Ou com os meios de transporte para os ricos e para os pobres.... Enfim, não transparecer que a crítica sempre foi para dentro e não para fora, nada mais é do que aproveitamento político na forma de colecionar descontentes mal informados. Lamento informar-vos, mas acho que isso, mais cedo ou mais tarde, vai dar para o torto. É que se a classe política já é reconhecidamente mal frequentada, quando mal-intencionada, mais vale vir o Diabo e escolher.

Por outro lado, não assisti a grandes notas de repulsa pelo que fez Paulo Abreu dos Santos. O advogado que pedia aos alunos que o tratassem por paizinho ou paizão, foi traído por uma investigação iniciada pelo FBI que detectou “movimentos estranhos” em computadores do Estado. Conclusão? Está indiciado por mais de 570 crimes de pornografia de menores e dois crimes de abusos sexuais. Sim, foi preciso começar a investigar lá fora o que não se via aqui. E sim, este sujeito partilhava e recebia pornografia infantil em dispositivos do Ministério da Justiça. Repito, do Ministério da Justiça. Leram bem. E pronto. É isto...

Enquanto nos continuarmos a importar mais com palavras deturpadas de um Ministro da Educação do que com o que fez um estuprador ex-adjunto de uma então Ministra da Justiça, nada de bom se pode esperar...

Querem mais? Então pensem no alarido que foi a ida do Ronaldo à casa Branca e a atenção que foi dada ao assassinato de um português por um seu conterrâneo em terras do tio Trump. Pois é! Um era só um reconhecido génio da física. Foi desta para melhor. Nada demais. Já o outro!? O outro tem um físico de génio, continua vivinho da Silva e todos sabemos que dos mortos não reza a história.

PS, por falar em história, que estória é essa da Elma estar a ser investigada pelo Ministério Público?! Tentei abrir a notícia no Correio da Manhã, mas deu erro. “404 a página que procura não foi encontrada”. Estranho. Segundo a própria, “apenas estão a dar credibilidade a uma pessoa que é do pior que existe no mundo e por eu não querer trabalhar com ele andou a inventar não sei o quê de umas camisolas”. Não me admira. Só que, segundo consta, o queixoso está a pedir uma indemnização de 3 milhões de euros por difamação e calúnia e anunciou que vai lançar um livro em fevereiro de 2026, intitulado a face oculta de Elma Aveiro. Bem, a data parece-me bem escolhida. Calha no mês de aniversário do mano e sempre facilita na escolha do presente para uma pessoa que tem tudo. Já o título? Péssimo. Face oculta faz-me lembrar o processo que envolveu um sucateiro e a Elma não é, nem de perto nem de longe, a rainha da sucata...

Força amiga. Confia no processo. Estamos juntos e Deus está no comando.

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