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Artigo de Opinião

22/05/2025 00:00

No dia 15 de maio assinalou-se o Dia Internacional da Família, data instituída pela ONU, em 1993, com o propósito de destacar o papel essencial da família como pilar da sociedade e promover uma reflexão sobre as suas transformações ao longo do tempo.

A família é uma instituição social essencial para o desenvolvimento humano, que exerce um papel central na transmissão de valores, na socialização e no apoio emocional e material aos seus membros. No entanto, o conceito de família não é estático. Ele varia consoante o tempo, a cultura e as transformações sociais.

Durante décadas, a ideia de família esteve centrada no modelo tradicional: pai, mãe e filhos biológicos sob o mesmo teto. No entanto, à medida que a sociedade se transforma, também se transformam as formas de organização familiar.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define família como “um grupo de pessoas unidas por laços de sangue, afinidade ou adoção, que vivem juntas por um período indefinido, geralmente sob o mesmo teto, e assumem responsabilidades mútuas”. Esta compreensão amplia a noção tradicional e reconhece a diversidade de configurações familiares existentes.

As transformações familiares são, por vezes, vistas como ameaças ao modelo tradicional. No entanto, as evidências mostram que novos modelos familiares não representam um risco, mas sim uma oportunidade de valorizar aspetos essenciais como o afeto, o cuidado e o compromisso.

O ciclo vital da família refere-se às diferentes fases que uma família tende a atravessar, desde a sua formação até a velhice. Cada etapa implica desafios e tarefas de desenvolvimento específicas, que exigem adaptações emocionais, sociais e funcionais e que envolvem transformações nas dinâmicas e nos papéis familiares.

Diversos factores podem comprometer o desenvolvimento da família. Entre eles, destacam-se os conflitos não resolvidos, que criam um ambiente tenso e desgastante; a ausência ou falhas de comunicação, que enfraquece os laços emocionais; as divergências de valores, que podem gerar distanciamento; e mudanças externas significativas, que desafiam a estabilidade e a coesão familiar.

A terapia familiar é uma abordagem terapêutica que visa melhorar a comunicação, resolver conflitos e fortalecer os vínculos entre os membros da família. É especialmente indicada quando os desafios enfrentados pela família afetam o bem-estar emocional, social ou funcional de um ou mais de seus membros.

O psicólogo com especialidade em terapia familiar atua com toda a família ou apenas com parte dela, conforme a situação, e tem o papel de facilitar o diálogo, promover mudanças construtivas e ajudar a família a desenvolver estratégias mais saudáveis de interação, favorecendo a escuta, o entendimento mútuo e o crescimento conjunto.

Defender a diversidade familiar não é negar a importância da família, mas reconhecer que ela não é uma instituição rígida e imutável. Pelo contrário, é um espaço vivo e adaptável.

Portanto, sim — a família mudou. Mudou porque a sociedade mudou, porque os afetos mudaram, porque os contextos exigem novas formas de amar, cuidar e viver juntos. E isso, longe de ser um problema, é um sinal de progresso, inclusão e maturidade social.

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