Marcelo Rebelo de Sousa declarou ontem que o seu filho só se reuniu com o secretário de Estado da Saúde para abordar a situação das gémeas lusobrasileiras - que foram tratadas no Santa Maria - uma vez que não o conseguiu fazer através da Presidência da República.

O Presidente da República reconheceu que acompanhou as últimas notícias em que ex-secretário de Estado da Saúde Lacerda Sales admitiu ter-se reunido com o seu filho. “Eu acompanhei estas últimas notícias desta semana e penso que ficam claras três coisas: a primeira é que quem organizou, quem fez esse encontro, essa audiência, essa conversa fê-lo porque não conseguiu chegar onde queria por outro caminho, que era através do presidente e da Presidência da República, por isso é que foi a seguir tentar outra coisa, porque não tinha obtido aquilo que queria”, disse, colocando-se à margem de qualquer polémica.

As palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, proferidas ontem, quando chegava ao Barreiro para cumprir a tradição de aí beber uma ginjinha na véspera de Natal, também foram acompanhadas por um lamento. “Eu em particular, e tenho muita pena de não ter sabido há quatro anos e tal porque era nessa altura que eu devia ter sabido e não nesta altura, mas isso diz respeito às relações pessoais e é evidente que, pessoalmente, retiro as conclusões de não ter sido dito o que devia ter sido dito o que permitiria intervir para que não tivesse acontecido o que aconteceu”, referiu.

Independentemente deste caso, considera ter a confiança da nação. “Os portugueses estão firmes, e a sondagem que acabou de sair mostra que mantêm 65% de confiança no presidente, não trocam o conhecimento do presidente de há 20 ou 30 anos por dois ou três meses em que tem havido crise política, em que houve muitas notícias e muitas informações contrárias ao presidente”.

Marcelo realçou que após “um mês, mês e meio” de “constantes notícias, dúvidas, interrogações, suspeições levantadas” esta semana “foi importante”. O chefe de Estado admitiu que esta situação gerou, para si, “uma situação pessoal muito desagradável”, ainda por cima na “pior altura do ano para ter situações desagradáveis, que é o Natal”.