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Associação Quebrar o Silêncio exige posição pública do Governo sobre alegada violação de bombeiro

Data de publicação
02 Dezembro 2025
16:44

A associação Quebrar o Silêncio exige uma posição pública do Governo sobre a alegada violação num corpo de bombeiros do Fundão, alertando que o silêncio agrava o estigma e prejudica homens vítimas de violência sexual.

Em comunicado, a associação “apela a uma tomada de posição pública urgente do Governo e dos partidos com assento parlamentar relativamente ao caso que envolve a alegada violação agravada de um bombeiro de 19 anos por 11 colegas da mesma corporação”.

“A falta de reação pública por parte do Estado Português perante um caso desta gravidade transmite às vítimas (às que denunciaram e às que permanecem em silêncio) a mensagem devastadora de que certos crimes podem ser ignorados, sobretudo quando a vítima é do sexo masculino ou quando os agressores pertencem a estruturas hierárquicas”, critica a Quebrar o Silêncio.

A associação sublinha que “o silêncio institucional não protege as vítimas” e que, pelo contrário, “agrava o estigma e o medo”, apontando que quando um caso de uma violação coletiva acontece dentro de uma corporação de bombeiros – “símbolo de serviço público, socorro e confiança” – “o impacto é individual, mas também institucional e sistémico”.

Aponta que este caso revela dinâmicas de grupo violentas e organizadas, um abuso de poder e uma cultura permissiva, falhas na supervisão e alerta para o risco de haver outras vítimas que permanecem em silêncio.

Na sequência do caso, a Quebrar o Silêncio quer que tanto o Governo como a Assembleia da República condenem publicamente o caso, implementem medidas imediatas para garantir a segurança interna nas corporações, peçam uma auditoria externa e independente aos mecanismos de prevenção nas estruturas de bombeiros, tornem obrigatória a formação sobre violência sexual e criem mecanismos independentes de denúncia.

“A Quebrar o Silêncio considera essencial que o Estado Português demonstre, de forma clara e inequívoca, que não tolera nem relativiza a violência sexual, independentemente da identidade da vítima ou do estatuto dos agressores. O país precisa desta garantia para restaurar confiança e encorajar futuras denúncias”, lê-se no comunicado.

Acrescenta que está disponível para reunir-se com o Governo, grupos parlamentares e comissões parlamentares para apresentar contributos sobre a matéria.

A Lusa contactou, na semana passada, o Ministério da Administração Interna sobre o caso, mas não obteve qualquer resposta.

Na terça-feira, a Polícia Judiciária deteve 11 bombeiros da Associação Humanitária de Voluntários do Fundão por suspeita de dois crimes de violação e um de coação sexual “numa praxe” de que terá sido vítima um outro bombeiro de 19 anos.

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