O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelesnky, assegurou esta sexta-feira, em dois momentos diferentes, que o seu país irá alcançar a vitória final sobre as forças russas, quer no leste da Ucrânia, quer na guerra em geral.
Numa participação por vídeo perante estudantes da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Zelesnky salientou que a Ucrânia desfez "o mito sobre o poder extraordinário do exército russo - um exército que supostamente, em poucos dias, poderia conquistar quem quisesse".
"Agora, a Rússia está a tentar ocupar todo a região [Donbass], mas nós sentimo-nos fortes o suficiente para pensar no futuro da Ucrânia, que será aberto ao mundo", realçou o chefe de Estado ucraniano.
Mais tarde, no seu discurso noturno diário em vídeo, o Presidente da Ucrânia abordou a conquista, pelas foras russas, da cidade de Lyman, na região ucraniana de Donetsk, a norte de mais duas cidades importantes ainda sob controlo ucraniano.
Zelensky referiu-se ainda à tentativa de Moscovo em cercar e tomar a importante cidade de Severodonetsk, uma das últimas áreas sob controlo de Kiev em Lugansk.
"Se os ocupantes pensam que Lyman ou Severodonetsk serão deles, estão errados. O Donbass será ucraniano", realçou o Presidente da Ucrânia.
Severodonetsk tem sido o palco de combates ferozes que já destruíram 60% dos edifícios residenciais, explicou o chefe da administração militar de Severodonetsk, Alexander Stryuk, citado pela agência Associated Press.
Esta cidade é a única na região de Lugansk que continua sob controle do governo ucraniano, e as forças russas têm tentado cercá-la.
Também esta sexta-feira, o chefe da unidade militar ucraniana do território do Donbass, Pavlo Kirilenko, admitiu que a cidade de Lyman, na região ucraniana de Donetsk, está praticamente sob o controlo das forças militares russas.
Lyman, perto de Sloviansk, era um dos alvos principais da Rússia na tentativa de cercar as tropas ucranianas no Donbass e de assumir o controlo da rota Bakhmut-Severodonetsk para avançar em direção a Donetsk.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa