A Suécia vai intensificar os controlos fronteiriços devido ao aumento das ameaças à segurança do país, após a profanação e a queima de cópias do Corão em manifestações ocorridas no território sueco, anunciou hoje o primeiro-ministro, Ulf Kristersson.
"Pessoas com um vínculo vago com a Suécia não devem viajar para este país para cometer crimes ou agir contra os interesses de segurança" da nação, disse o primeiro-ministro sueco durante uma conferência de imprensa, indicando que a decisão oficial sobre este assunto será tomada na quinta-feira.
"Estamos em contacto diário com os serviços de informação de tão grave que é a situação", disse Kristersson.
Segundo as autoridades suecas, o país deixou de ser um alvo legítimo do terrorismo internacional para se tornar um alvo prioritário.
Em concreto, e segundo as futuras medidas, os cidadãos de outros países do espaço Schengen (área europeia de livre circulação) vão estar sujeitos a controlos de segurança reforçados quando quiserem ir à Suécia, segundo referiu o ministro da Justiça sueco, Gunnar Strömmer, que participou com Kristersson na conferência de imprensa.
"Os controlos fronteiriços permitem-nos identificar os viajantes que chegam ao nosso país e que podem ameaçar a nossa segurança", sublinhou o ministro, referindo que a polícia sueca vai beneficiar de mais meios para efetuar estas inspeções.
Estes anúncios acontecem num momento em que Suécia está envolvida numa crise diplomática com vários Estados muçulmanos, que acusam Estocolmo de ter autorizado várias profanações do Corão, o livro sagrado do islamismo, no seu território.
Na segunda-feira, dois homens queimaram uma cópia do Corão durante uma manifestação em frente ao parlamento em Estocolmo, num caso que se assemelha a outros recentes no país.
Os homens, identificados como Salwan Momika e Salwan Najem, pisaram também o livro, como haviam feito no final de junho durante uma manifestação em frente à principal mesquita de Estocolmo, antes de a incendiar.
Lusa