Milhares de pessoas saíram hoje à rua para protestar contra a detenção dos cerca de 500 ativistas que seguiam na Flotilha Global Sumud rumo à Faixa de Gaza.
Cânticos com frases como “Viva a luta do povo palestino, Israel é um Estado assassino” e palavras de ordem como “Palestina Livre” foram entoados na cidade do Porto, bloqueando várias ruas exigindo a libertação de todos os participantes da flotilha detidos pelas autoridades israelitas, entre os quais constam quatro cidadãos portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
Cenário idêntico verificou-se em Lisboa, com muitos manifestantes a segurar cartazes com frases de ordem a exigir a “Liberdade para a flotilha”, “ Sanções para Israel” e o “ Fim do Cerco na Palestina”.
Em Itália, onde os sindicatos convocaram uma greve geral para sexta-feira, milhares de pessoas saíram à rua.
Em Roma, à semelhança de uma manifestação ocorrida na quarta-feira, os manifestantes se reuniram-se ao anoitecer perto do Coliseu, o monumento icónico da capital italiana.
Os manifestantes criticaram também a sua oposição ao apoio da primeira-ministra Giorgia Meloni a Israel.
Em Barcelona, a segunda maior cidade do nordeste de Espanha, um grande número de manifestantes, muitos deles agitando bandeiras palestinianas, convergiu para a praça central Les Drassanes, entoando slogans como “Gaza, não estás sozinho”, “Boicote a Israel” e “Liberdade para a Palestina”.
Na Bélgica, cerca de 3.000 pessoas concentraram-se em frente ao Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Armadas com bombas de fumo, muitas agitavam bandeiras palestinianas e ‘keffiyehs’ [lenço palestiniano] enquanto gritavam “Palestina Livre”.
Na Irlanda, centenas de manifestantes concentraram-se em frente ao Parlamento, em Dublin.
Entre eles estava Miriam McNally, cuja filha está num barco da flotilha: “Estou aqui para mostrar o meu apoio, antes de mais, à Palestina, a Gaza, que está a sofrer um genocídio às mãos do Governo israelita”.
Em Haia, nos Países Baixos, centenas de manifestantes concentraram-se em frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, antes de serem dispersos pela polícia de choque.
Em França, mil pessoas concentraram-se na Place de la République, em Paris, enquanto em Marselha (sudeste), cerca de uma centena de manifestantes pró-palestinianos foram detidos durante a tarde quando tentavam bloquear o acesso à fábrica da empresa de armamento Eurolinks, acusada de vender componentes militares a Israel.
Na Suíça, milhares de manifestantes marcharam pelas ruas de Genebra, acendendo uma fogueira no centro da cidade e bloqueando a ponte principal durante uma ruidosa manifestação, pontuada por gritos, aplausos e cânticos, antes de um breve confronto com as autoridades, observou um jornalista da AFP.
Noutro local, na Malásia, dezenas de pessoas manifestaram-se em frente à Embaixada dos Estados Unidos em Kuala Lumpur.
As forças israelitas intercetaram entre a noite de quarta-feira e a manhã de hoje a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária, detendo os participantes, incluindo quatro cidadãos portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
Também foram detidos 30 espanhóis, 22 italianos, 21 turcos, 12 malaios, 11 tunisinos, 11 brasileiros e 10 franceses, bem como cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, México e Colômbia, entre muitos outros - os organizadores denunciaram a falta de informação sobre o paradeiro de 443 participantes da missão humanitária.
Sem baixar os braços, o mundo persiste e já anunciou que a caminho de Gaza segue uma nova flotilha.