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Médio Oriente: EUA nomeiam diplomata para vigiar trégua em Gaza a afastam regresso agência da ONU

Data de publicação
26 Outubro 2025
23:38

Os Estados Unidos nomearam um diplomata veterano para liderar um organismo de monitorização do cessar-fogo na Faixa de Gaza, anunciou hoje a diplomacia de Washington.

O Governo norte-americano descartou já o regresso da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).

O Departamento de Estado indicou que o diplomata Steve Fagin se vai juntar ao general Patrick Frank, oficial militar já nomeado para trabalhar na aplicação do cessar-fogo em vigor no enclave palestiniano desde 10 de outubro entre Israel e o grupo islamita Hamas.

O Centro de Coordenação Civil-Militar (CCMC), órgão de monitorização da trégua, foi estabelecido esta semana em Kiryat Gat, no sudoeste de Israel, com a missão de observar o cessar-fogo e detetar eventuais violações.

O CCMC vai supervisionar também a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Cerca de 200 soldados norte-americanos foram enviados para Kiryat Gat, onde se encontram junto de tropas israelitas e europeias, representantes dos Emirados Árabes Unidos e da Jordânia, bem como elementos da ONU e trabalhadores humanitários.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, visitou o local, situado a uma curta distância da Faixa de Gaza, e classificou-o como um empreendimento histórico.

“Haverá altos e baixos, reviravoltas, mas acredito que temos muitas razões para estar razoavelmente otimistas quanto ao progresso”, disse Rubio, no segundo dia da visita a Israel.

Fagin é embaixador dos Estados Unidos no Iémen desde 2022, num período turbulento no país parcialmente controlado pelos rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.

Anteriormente, esteve colocado em Bagdade durante três meses e exerce as funções de embaixador no Iémen, a partir sobretudo da Arábia Saudita, uma vez que a capital iemenita, Sanaa, está sob controlo dos Huthis.

Ao mesmo tempo que expressou otimismo sobre a manutenção da trégua na Faixa de Gaza, para a qual prevê o aumento da ajuda humanitária ao território, o chefe da diplomacia de Washington descartou o regresso das atividades da UNWRA, proibidas por Israel, acusando a agência da ONU de ser uma “subsidiária do Hamas”.

Marco Rubio avisou que a UNWRA não terá “qualquer papel” na entrega de ajuda à Faixa de Gaza, no âmbito do atual plano de cessar-fogo, na semana em que o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) emitiu um parecer a negar que a neutralidade da entidade esteja comprometida e recomendando o reatamento das operações.

Em declarações no CCMC, Rubio afirmou que os Estados Unidos “estão dispostos a trabalhar” com outras agências da ONU, como o Programa Alimentar Mundial, bem como outras organizações de ajuda humanitária.

Apesar do parecer do TIJ, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa’ar, defendeu na quinta-feira que “não há poder que possa obrigar” a cooperação com a UNRWA e reiterou que a agência está “infiltrada por terroristas”.

A deslocação de Rubio segue-se à visita a Israel do vice-Presidente norte-americano, J.D. Vance, do enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e de Jared Kushner genro do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e um dos principais autores do acordo de cessar-fogo.

No âmbito do entendimento, o Hamas devolveu os últimos 20 reféns vivos que mantinha no enclave palestiniano, mas apenas 15 dos 28 que estavam mortos, alegando dificuldade em encontrar os corpos entre os escombros do território devastado por mais de dois anos de conflito.

Em troca, Israel libertou quase dois mil presos palestinianos e entregou 195 corpos.

Além das entregas de reféns e prisioneiros, a primeira fase do acordo prevê a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária ao território.

A etapa seguinte, ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, bem como a reconstrução e a futura governação do enclave.

Em Israel, Marco Rubio afirmou também que “muitos países” se ofereceram para participar na Força Internacional de Estabilização, que, segundo o plano norte-americano, será enviada para supervisionar a segurança no território palestiniano à medida que as forças armadas israelitas retiram.

“Terão de ser [pessoas ou países] com os quais Israel se sinta confortável”, alertou, acrescentando que Israel teria poder de veto sobre a composição e poderia, em particular, opor-se à participação da Turquia.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 68 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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