O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, declarou hoje que as portas do seu país estão abertas para acolher o homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, caso este pretenda abandonar o seu país, dada a situação de pressão internacional sobre o seu regime.
A afirmação de Lukashenko foi transmitida pela agência de notícias bielorrussa BELTA, incluída numa entrevista à televisão norte-americana Newsmax TV, depois de ter ocorrido um encontro com o enviado da Casa Branca John Cole.
“Maduro nunca foi nosso inimigo ou adversário. Se ele quiser vir para a Bielorrússia, as nossas portas estarão sempre abertas para ele”, disse o aliado do presidente russo, Vladimir Putin, ressalvando que tal hipótese, “francamente, nunca foi discutida”.
Segundo o líder da Bielorrússia, Maduro “não é o género de pessoa que larga tudo e foge”. “É um tipo rijo, um ‘Chavista’. Um homem decente, sensato, com o qual se pode conversar e chegar a acordo.”
“Nunca conversámos com Maduro sobre isso [exílio]. Francamente, conversámos mais sobre a Venezuela com os americanos do que com Maduro sobre a sua renúncia. Ele é um homem corajoso”, continuou, frisando que os Estados Unidos da América (EUA) não têm qualquer prova que ligue o regime venezuelano ao narcotráfico, como defende o presidente norte-americano, Donald Trump.
Lukashenko considerou que “as drogas, assim como muitas outras coisas, como o tráfico de pessoas, a prostituição e o tráfico de armas, fazem parte da realidade” e é preciso fazer-lhes frente, mas que “não se derrota as drogas com mísseis”.
“Precisamos de refletir, não declarar guerra. Isso é algo que não pode ser feito em nenhuma circunstância”, disse.
Lukashenko e Cole reuniram-se dois dias no último fim de semana, após os quais Minsk concordou em conceder indulto a 123 prisioneiros, incluindo importantes líderes da oposição, em troca da suspensão das sanções ao potássio bielorrusso.