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Golpe do falso advogado pode tornar-se uma séria ameaça à sua conta bancária

Data de publicação
07 Julho 2025
16:35

Aproveitando o acesso a dados judiciais públicos, criminosos que se apresentam como advogados convencem vítimas a fazer pagamentos falsos.

Com uma dimensão significativa no Brasil, onde é bem conhecido pela polícia, o golpe do falso advogado é uma burla relativamente simples, mas muito eficaz. Alguns dados de processos judiciais são públicos e, com o acesso facilitado, os burlões convencem os envolvidos a pagarem para fazer avançar o seu caso.

O acesso à informação é o fator determinante: os processos contêm nomes, moradas, valores ou números fiscais, por exemplo. No contacto com as vítimas, os criminosos chegam a usar documentação forjada com os dados de identificação de advogados credenciados, dos seus assistentes ou até de funcionários judiciais.

Um conhecido esquema passa pela solicitação de identificadores e códigos de acesso bancário com o pretexto de pagar processos judiciais. A vítima pensa estar a pagar uma “taxa” ou “custas de tribunal” e acaba por transferir dinheiro para o burlão.

Como funcionam os esquemas

Alguns sinais de alerta incluem receber um pedido de pagamento por MB WAY, mesmo não havendo uma carta formal do tribunal. O remetente pede urgência, diz que só pode falar por aquele canal (o WhatsApp, por exemplo) e pede códigos de autenticação, envia documentos PDF ou imagens de procurações sem referência à Ordem dos Advogados ou com carimbos inconsistentes. Nalgumas situações, o criminoso utiliza videochamadas para pressionar e criar um clima de urgência.

São características do “golpe do falso advogado”:

1. Dados públicos que ajudam à personalização: os burlões pesquisam clientes em sites públicos de tribunais ou de advogados. Conhecendo o caso ou a entidade envolvida, aproximam-se com credibilidade.

2. Documentos falsos que parecem legais: enviam procurações, PDF com carimbos, moções legais, muitas vezes por WhatsApp ou por e-mail.

3. Pedidos via MB WAY: falsificam pedidos de pagamento, como: “Envie 350 € para pagar certificado digital” ou “taxas do tribunal”. A transferência é feita rapidamente.

4. Videochamadas para criar pressão emocional: há casos em que os burlões chegam a fazer uma videochamada, insinuando que, se o pagamento não for feito de imediato, o processo fica “em risco”.

5. WhatsApp como canal principal: os burlões usam apenas um número do WhatsApp, recomendam sigilo e evitam contacto por telefone fixo, o que dificulta a verificação.

O que fazer para se prevenir

Com guiões convincentes, os criminosos têm conseguido aplicar alguns golpes com sucesso. Para evitar cair no “conto do vigário”, como se diz em Portugal, há um conjunto de medidas preventivas que pode tomar.

Em primeiro lugar, deve verificar se o advogado que está a contactá-lo existe. Pode utilizar o site da Ordem dos Advogados, onde encontra um campo para pesquisar pelo nome ou número de cédula do profissional (pode ainda ligar para a Ordem ou pedir confirmação através do e-mail corporativo oficial).

Use uma VPN (rede privada virtual), que impede o acesso externo aos seus dados e apresenta ainda outras vantagens:

- Usa encriptação de ponta a ponta: protege contra intromissões, principalmente em redes públicas (wi-fi de cafés e aeroportos).

- Ocultação do IP: impede que burlões geolocalizem o seu acesso ou identifiquem padrões de comportamento.

- Segurança em comunicações digitais: a utilização de uma VPN cria uma camada de proteção adicional.

Uma VPN não o livra de enviar dinheiro a um burlão, mas ajuda a garantir que os seus dados pessoais (e-mail, documentos, conversas) não sejam captados por terceiros mal-intencionados.

Cuidados acrescidos

Desconfie sempre de mensagens urgentes por WhatsApp que peçam pagamentos de custas ou taxas judiciais. Confirme a identidade do advogado, pesquisando o número de cédula no site oficial da Ordem dos Advogados, e nunca envie dinheiro por MB WAY nem partilhe códigos de autenticação sem saber quem está do outro lado.

Sempre que partilhar dados sensíveis, sobretudo em redes públicas, utilize uma VPN para proteger a ligação e evitar que terceiros captem as suas informações. Se receber um contacto suspeito, tente confirmar a autenticidade por outros meios, ligando para um número fixo ou enviando um e-mail para o endereço do escritório.

Em caso de dúvida ou se se sentir enganado, guarde todas as provas, como conversas, vídeos e transferências, e apresente queixa na PSP ou na GNR.

Os esquemas de falsos advogados são cada vez mais credíveis, graças à obtenção de dados comprováveis, documentos forjados e à pressão emocional, pelo que pode evitar prejuízos de monta mantendo-se informado e atento. Use a tecnologia a seu favor: uma VPN é uma ferramenta de defesa simples e eficaz, embora seja a cautela que faz toda a diferença.

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