A Fundação Nelson Mandela criticou hoje o bloqueio israelita da flotilha “Global Sumud” que seguia com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e a detenção daqueles que “trabalham em prol da dignidade humana”.
“Como organização encarregada de promover o legado de Madiba [nome do clã de Mandela pelo qual o ex-chefe de Estado sul-africano era conhecido) para a criação de sociedades justas, tanto na África do Sul como em todo o mundo, não podemos permanecer em silêncio”, afirmou a Fundação criada pelo próprio ex-Presidente sul-africano (1994-1999).
“A Fundação opõe-se à injustiça onde quer que ela se manifeste e defende os direitos dos mais vulneráveis”, acrescentou.
A entidade exigiu várias medidas, incluindo “a libertação imediata e incondicional” de todos os detidos na flotilha, a “proteção dos atores humanitários e a passagem segura da ajuda para Gaza”, bem como “um compromisso renovado de todos os líderes mundiais” para trabalharem em prol de “uma solução justa e pacífica que respeite os direitos e a dignidade de todos os povos”.
“Madiba lembrou-nos que a liberdade é incompleta sem a liberdade do povo palestiniano. Hoje, fazemos eco desse apelo, solidarizando-nos com aqueles que trabalham para aliviar o sofrimento e construir sociedades justas, mesmo contra a opressão”, concluiu.
A Flotilha, composta por mais de 40 embarcações, transportava quase 500 pessoas, entre as quais quatro portugueses, incluindo a deputada Mariana Mortágua e outros parlamentares europeus, africanos e latino-americanos, advogados e ativistas como a sueca Greta Thunberg.
Desde a noite de quarta-feira e durante 12 horas, a Marinha israelita abordou as embarcações e deteve 473 pessoas. O último barco que continuava a viagem rumo à Faixa de Gaza, o Marinette, foi intercetado hoje.
O Governo sul-africano já expressara na quinta-feira “preocupação” com a segurança da frota e instou todos os intervenientes a cumprirem direito internacional, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e os princípios do direito humanitário.