O ex-líder dos serviços secretos do Cazaquistão, principal acusado no caso das manifestações de janeiro de 2022, foi considerado hoje culpado de alta traição e de golpe de Estado, com pena de 18 anos de prisão.
Karim Massimov - mentor do Comité de Segurança Nacional, que foi detido logo a seguir aos tumultos - foi apresentado pelas autoridades do Cazaquistão como o cérebro de um esquema para derrubar o Presidente Kassym-Jomart Tokaiev, através de manifestações violentas neste país que pertenceu à União Soviética.
"Massimov foi considerado culpado de alta traição, autor de golpe de Estado e abuso de poder. Foi condenado a 18 anos de prisão, confisco de bens e proibição de exercer funções públicas", sentenciou o Tribunal da capital do Cazaquistão, Astana.
Três dos cúmplices de Massimov também foram condenados a 16, 15 e três anos de prisão.
Em janeiro de 2022, protestos pacíficos contra o aumento do preço dos combustíveis e das desigualdades sociais degeneraram em confrontos violentos entre polícias e civis.
O ex-Presidente Nursultan Nazarbaiev - figura influente no Cazaquistão, que esteve no poder durante três décadas - também foi alvo dos manifestantes, que o acusaram de ter enriquecido de forma ilícita.
Massimov, 57 anos, é considerado um dos principais apoiantes de Nazarbaiev.
Nas manifestações, de acordo com dados oficiais, 238 pessoas perderam a vida e inúmeros edifícios públicos foram destruídos.
Para diversas organizações de defesa dos Direitos Humanos, as pessoas que foram detidas foram torturadas.
Apesar de ter renunciado ao poder em 2019, Nazarbaiev continuou a desempenhar um papel influente na sociedade do Cazaquistão, antes de ver o seu prestígio abalado pelas manifestações de 2022.
Nos últimos meses, Nazarbaiev foi privado de todos os seus privilégios, incluindo do seu título de "líder da nação", e muitos dos seus familiares foram removidos de cargos de poder.
LUSA