O turismo tem um peso cada vez maior na economia portuguesa e, em 2024, já representou 21% das exportações nacionais, valor que sobe para 48% se for considerada apenas a componente de serviços.
Os dados foram hoje revelados durante uma conferência de imprensa da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, no âmbito do 50.º Congresso da APAVT que está a decorrer em Macau, na China.O estudo, elaborado pela consultora EY, mostra também que, em termos de Valor Acrescentado Bruto (VAB), o peso do turismo subiu para 8,1%, +2 pontos percentuais do que em 2010, o que torna Portugal “um dos países da União Europeia onde o contributo do turismo para o VAB e a criação de postos de trabalho é maior e com tendência a reforçar-se”.
Apenas Cróacia e Malta ocupam melhor posição.Também o número de empresas da distribuição turística mais do que duplicou entre 2010 e 2024, impulsionado pela atractividade do mercado e das baixas barreiras à entrada na atividade, passando de 1.172 para 2.939 empresas.
A taxa de sobrevivência das empresas é de 67%, percentagem que está alinhada com a média do setor do turismo e acima da média nacional.
A taxa desceu, contudo, face aos valores pré-pandemia, “levantando reservas sobre o sustentabilidade de partes das novas iniciativas empresariais (de dimensão muito reduzida) num setor em constante transformação e marcado por poucas barreiras à entrada”, indica o estudo.
O setor é, de resto, caracterizado pela dualidade entre a permanência de empresas de grande dimensão e uma maior rotatividade das mais pequenas, “existindo sinais de saturação após a pandemia”.
O estudo revela, por outro lado, que as micro-empresas dominam (90%), apesar de apenas representarem 42% do emprego e 29% do VAB.
Com efeito, os dados expõem que, em 2023, “cerca de 40% do volume de negócios estava concentrado nas 10 maiores empresas”.Quanto à antiguidade, 26% das organizações têm até cinco anos, sendo que as mais antigas são as que têm maior peso no volume de negócios.
Não obstante, “41% das pequenas empresas estão no mercado há mais de 20 anos, competindo com grandes players”.
No emprego, a distribuição turística viabilizou, em 2024, 151.812 profissionais com horário a tempo inteiro, correspondendo a cerca de 2,9% da força de trabalho nacional. Este número contém os impactos diretos no emprego (44.100), indiretos (41.255) e os induzidos (66.658).
Os valores representam uma subida de 20% face ao registado em 2022.A distribuição turística também registou um impacto superior nas remunerações em 2024 face a 2022, gerando cerca de 4,2 mil milhões de euros, o equivalente a 3,3% do total nacional.
Por fim, as empresas do setor apresentam níveis de qualificação mais elevados que o padrão nacional, tanto nos quadros de gestão como nas restantes equipas.