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Rui Abreu acusa Paulo Cafôfo de enganar a comunidade na Venezuela

JM-Madeira

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Data de publicação
06 Janeiro 2023
15:55

O fiasco da ligação aérea Funchal-Caracas deixou a comunidade madeirense radicada na Venezuela envolta num sentimento de grande desilusão, com muitos a criticarem o desempenho do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, e também o silêncio em que se resguarda até ao momento.

Apesar de não ter participado no processo, o diretor regional das Comunidades Madeirenses e Cooperação Externa, tem sido chamado a prestar esclarecimentos junto de membros da diáspora madeirense sobre o que se passou, tendo notado que o fracasso de voltar a ligar a Madeira à Venezuela diretamente, mesmo que através de um voo charter, aliado ao silêncio dos protagonistas desta iniciativa, "abonam em nada a confiança que deve haver entre o Governo e a nossa Diáspora".

Para Rui Abreu, "a comunidade madeirense foi enganada e desconsiderada, repetidamente", em todo o processo relacionado com o "voo direto Caracas-Funchal-Caracas, uma ligação necessária, que a comunidade merece e que sempre defendemos".

Em jeito de retrospetiva, o governante madeirense observa, em declarações ao JM Madeira, que, "curiosamente, o voo foi anunciado [por Paulo Cafôfo] a 26 de julho, dois dias antes do Fórum das Comunidades, para começar a 21 de agosto". O momento escolhido para o anúncio causou alguma estranheza, tendo também suscitado muitas dúvidas quanto à sua execução, uma vez que "nem havia bilhetes à venda, nem o voo estava autorizado pelo Instituto Nacional de Aviação Civil da Venezuela (o que só aconteceu no mês de setembro), e a operação não estava contratada e garantida financeiramente".

Rui Abreu lembra que o secretário de Estado das Comunidades, "sempre em discurso direto, assumiu a paternidade" da ligação aérea, tendo inclusive sugerido que o voo oferecia uma oportunidade para incrementar "o investimento, a entrada de empresas na Venezuela e a exportação dos nossos produtos". "Como se isso fosse possível com meia dúzia de voos charters", ironiza o governante madeirense.

"Depois de falhado o arranque da ligação, o secretário de estado, em setembro, voltou a dizer que estava "muito satisfeito com o desbloqueio dos voos após um processo muito complicado", recorda ainda o diretor regional das Comunidades Madeirenses, sublinhando que foi "criada a ideia, errada, de que seria uma ligação regular, mas afinal eram apenas 12 voos entre agosto e janeiro".

"E foi-se enganando a comunidade, anunciando datas, sucessivamente canceladas. 26 de agosto, meados de setembro, 16 de outubro e por altura do Natal. Chegámos a janeiro e nada. Zero", lamenta.

"Como sempre defendemos, incluindo o senhor presidente do Governo Regional, a TAP é que deve realizar uma operação direta semanal, regular, aproveitando as ligações Lisboa-Caracas", reitera o governante madeirense, observando que a "justificação apresentada pela TAP, falta de equipamentos ou aviões, não convence, pois é necessário mais nenhum avião. É só fazer uma escala no Funchal de uma hora, com o mesmo avião".

Recordando a ótica do Governo Regional, Rui Abreu defende que a "TAP, uma empresa pública na qual já foram injetados 4.000 milhões de euros, de dinheiros dos nossos impostos, tem a obrigação de servir a nossa Diáspora, nomeadamente a da Venezuela. Comunidade que já deu e continua a dar muito à Madeira e ao País".

"Sendo a TAP uma empresa pública, o que o Governo da República poderia e deveria fazer era empenhar-se em garantir a existência desta escala no Funchal. Isso sim seria um grande serviço prestado aos madeirenses residentes na Venezuela. Estes emigrantes não podem ser tratados como portugueses de segunda", remata.

Raul Caires

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
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