Susana Gramilho, cônsul honorária de Cabo Verde na Madeira, recebeu na passada quinta-feira o ‘exequatur’, beneplácito do Governo cabo-verdiano que a acredita para o exercício do cargo.
O documento foi entregue em mãos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional de Cabo Verde, Rui Figueiredo Soares, que recebeu a madeirense na Ilha da Boa Vista, num encontro realizado à margem da Conferência Internacional dos Parceiros, na qual participou e que permitiu a formalização do processo de acreditação.
"Regresso de Cabo Verde e desta conferência com uma ‘mala’ cheia de trabalho, a pedido de vários ministérios. E fá-lo-ei com muita dedicação e empenho", começa por contar a cônsul ao JM. "É uma função que exerço com muito gosto, pois tenho um carinho muito especial por Cabo Verde e é muito aliciante com a qual me identifico", afirma.
"Cabo Verde é um país muito promissor e com muitas capacidades mas tem algumas lacunas que têm dificultado um melhor desenvolvimento", lembra, indicando que são necessárias "mais ligações aéreas e marítimas" e "combater a seca".
"Estas são as minhas grandes bandeiras enquanto cônsul e estou a trabalhar nesse sentido, de criar uma ligação direta, por exemplo, da Madeira para Cabo Verde", explica Susana Gramilho.
Outro desafio é tentar minorar os efeitos da seca que Cabo Verde enfrenta praticamente desde sempre. "Estamos a tentar apresentar um projeto à União Europeia para a construção de uma estação de dessalinização para converter água salgada em água que possa ser utilizada pelo menos na rega", conta, precisando que "também estão a ser desenvolvidas algumas parcerias, principalmente na área da saúde, educação, cultura e desporto".
Segundo a cônsul, "Cabo Verde está em desenvolvimento e vê na Madeira um bom exemplo a seguir e eu sou elo de ligação entre dois arquipélagos" que "sempre tiveram boas relações".
"Nunca foi minha pretensão ter apenas uma representação consular. Quero fazer muito mais e quero ser um motivo de orgulho para Cabo Verde e para os cabo-verdianos, pois quero deixar obra feita ou contribuir para que ela nasça. Deixar um legado meu na evolução de Cabo Verde é muito importante para mim", sublinha.
Raul Caires