A exposição “Cantaria Mole. A Obra” abre ao público no Museu Etnográfico da Madeira (MEM), espaço na Ribeira Brava tutelado pela Secretaria Regional de Turismo, Ambiente e Cultura, através da Direção Regional da Cultura, esta quarta-feira, dia 1 de outubro, pelas 17 horas. O secretário regional de Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus, marca presença no evento.
Segundo o MEM, o aproveitamento e transformação da pedra em objetos utilitários para fazer face às necessidades prementes do homem, sempre foi uma preocupação desde o início da humanidade. As pedras mais utilizadas, são as que existem em maior quantidade nos locais habitados, sendo a pedra de cantaria mole (Tufo Lapilli) a mais usada na ilha da Madeira.
Os maiores depósitos de pedra de cantaria mole encontram-se, sobretudo, nas encostas montanhosas e nas margens e leitos das ribeiras, sendo que o maior depósito está localizado na Cabo Girão, na freguesia da Quinta Grande, concelho de Câmara de lobos, de onde foram retiradas pedras para a construção de grandes monumentos da cidade do Funchal.
A exposição “Cantaria Mole. A Obra”, incide sobre a utilização desta matéria-prima em diferentes áreas, especialmente, na comum utilização deste tipo de pedra, na construção dos fornos. As ferramentas usadas pelo alvenéu, canteiro e pedreiro, na extração e transformação da pedra, bem como o forno a lenha, patentes ao público, foram amavelmente cedidas por Carlos Spínola, proprietário da Pedreira, a título de empréstimo.
No espaço expositivo estarão ainda patentes ao público, diferentes esculturas, em tufo lapilli, que fazem parte do acervo do museu, como a escultura “Vilão”, da autoria do artista Jacinto Rodrigues, datada de 2002 e as obras da autoria de Orlando Noronha Góis, que fizeram parte da exposição temporária “Rostos Milenares”, apresentada numa exposição temporária no museu, em 1999. A peça mais emblemática desta exposição, será uma obra do escultor Jacinto Rodrigues, criada propositadamente para este evento, ficando para a posteridade.
Refira-se ainda que se estabeleceu uma parceria com João Batista, especialista nesta matéria, contextualizando-se, cientificamente, esta matéria-prima, procurando-se a interdisciplinaridade.
O secretário regional de Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus, destaca a nova exposição temporária do Museu Etnográfico da Madeira como exemplo do trabalho contínuo de investigação, preservação e divulgação realizado por esta instituição.
“A mostra “Cantaria Mole. A Obra” valoriza a pedra de tufo lapilli, matéria-prima que marcou a paisagem urbana e cultural da Região, e homenageia os homens e comunidades que, ao longo dos tempos, se dedicaram à sua extração e transformação, deixando marcas em edifícios civis, religiosos e militares”.
Eduardo Jesus sublinha igualmente o papel fundamental do Museu Etnográfico na preservação e valorização da memória coletiva madeirense, guardando tradições, ofícios e práticas culturais que enriquecem a identidade regional e a projetam para o futuro.