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Festival permite património ser “utilizado” e “desfrutado”

Alberto Pita

Jornalista

Data de publicação
16 Outubro 2025
16:48

A apresentação do 14.º Festival Internacional de Órgão da Madeira ocorreu esta tarde, no Convento de Santa Clara, no Funchal, e a edição deste ano é dedicada ao tema Mulheres na Música.

Com um investimento de 100 mil euros, o festival começa amanhã e termina a 26 de outubro, e conta com o envolvimento de 12 órgãos espalhados por vários concelhos da Madeira.

Na apresentação do evento, João Vaz destacou a longevidade deste festival, algo que diz não acontecer tão frequentemente em outras regiões do País, e apontou que, apesar das “diferenças” que foram existindo de edição para edição, “houve duas coisas que se mantiveram sempre inalteráveis”, como “a qualidade dos programas apresentados” e o contínuo restauro de “todo um processo de documentação, em texto e em gravação”.

Sobre o tema da edição deste ano, o professor esclarece que apesar de o tema ser Mulheres na Música, não serão apenas mulheres a tocar.

“Na realidade, a intenção aqui é mostrar o papel que as mulheres tiveram na música, ao longo dos séculos até hoje, quer como executantes, mas, sobretudo, como compositoras e dinamizadoras da música”, referiu.

Ao longo deste festival, vão tocar homens e mulheres, mas “todo o repertório que vamos ouvir foi escrito por mulheres, desde a Idade Média até aos nossos dias, ou escrito para mulheres.”

Apesar de já ter havido “vários festivais onde a mulher foi tema do festival”, esta é a “primeira vez que um festival de órgão em Portugal tem esta temática”, sublinha.

“Eles fizeram mesmo um esforço grande de encontrar, de descobrir repertório que alguns casos nem sequer conheciam e que descobriram”, acrescentou.

O festival deste ano tem a direção artística partilhada entre João Vaz e a musicóloga Inês Thomas Almeida, que tem desenvolvido um trabalho “muito intenso na revalorização deste património”.

Por seu turno, Eduardo Jesus, secretário regional do Turismo, Ambiente e Cultura, destacou a “qualidade” e o “cuidado” da direção artística deste festival.

Sobre a relevância deste cartaz, Eduardo Jesus realçou a importância de criar condições para que o património musical possa ser “fruído”, “utilizado” e “desfrutado”. “Esta é a melhor maneira, por um lado, de conservar o património e, segundo, de criar uma ligação afetiva com os diferentes públicos”, justificou.

“Uns atraem-se por obras de arte, outros atraem-se pela escrita, outros atraem-se pela música” e, nesta caminhada, “a melhor forma de manter os equipamentos em bom estado é dando-lhes uso”.

“E, por isso, há aqui uma preocupação muito grande em que este investimento, porque é um investimento na cultura, fique à disposição da população e que seja uma mensagem de crescimento da população”, referiu.

Eduardo Jesus destacou ainda o papel educativo que está subjacente a iniciativas deste género. “Nós, há 14 ou 15 anos, não tínhamos este festival e a sensibilidade da população para este tipo de oferta cultural era necessariamente diferente. Hoje temos um público residente que está sempre presente nestas edições, pessoas que de um ano para o outro perguntam-nos se temos novidades sobre este festival, o que é que vai ser, onde é que vai acontecer, quem cá vai”, contou.

Portanto, “há um interesse crescente e isso tem a ver com esse envolvimento. Se nunca tivesse acontecido, não haveria interesse nem haveria essa curiosidade”.

Por outro lado, acrescentou, o Festival Internacional de Órgão da Madeira “é sem dúvida alguma daqueles eventos que valorizam bastante a Madeira e a qualificam”. “Isto é um termo que eu gosto muito de utilizar e repito muitas vezes em determinadas situações, que são os eventos que emprestam à Madeira a oportunidade de se posicionar melhor lá fora, qualificando-a”, complementou.

Jesus lembrou ainda que este festival “é o único em Portugal, é uma referência europeia, e sendo uma referência europeia, coloca a Madeira no olhar da Europa de uma forma diferente”.

Esta visão pretende gerar resultados também na área do turismo. “Como sabem, nós estamos a fazer uma aposta muito grande no mercado norte-americano”. A estratégia é “dividir o risco” e “não depender exclusivamente da Europa”.

Refira-se que a edição deste ano conta com uma mesa-redonda com Inês Tomás Almeida, João Vaz, Rita Rodrigues, Marco Roque de Freitas, Paulo Esteireiro e Laura Mendes.

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