Ano novo vida nova, é sempre assim que o Povo muito sábio diz. A verdade é que já é longo o tempo e longos os anos que os partidos políticos nos apresentam as peripécias que colocam em causa o funcionamento das instituições.

Por um lado, são as nomeações de boys, em que jovens a sair da faculdade ganham mais que um médico no topo de carreira. Depois são as nomeações para cargos governativos de pessoas com um passado com indemnizações algo estranhas, isto é, metade do último financiamento que os contribuintes colocaram numa qualquer empresa pública.

Está na altura de existir algo semelhante aos EUA, isto é, análise do currículo e passado de cada pessoa a um cargo político ou nomeação. Para qualquer concurso público é necessário apresentar uma infindável documentação e até registo criminal, sendo que, muitas vezes, existem falhas, como é que alguém que irá governar e "mexer" nos nossos bolsos não poderá ser escrutinado até ao milímetro? Quem não quer ver a sua vida colocada num qualquer jornal, não deverá seguir a vida pública, existe maneiras de ser altruísta sem ser através da vida pública e mediática. Atenção, quando me refiro à vida ser escrutinada, é unicamente no interesse público, ninguém quer saber os namorados ou namoradas, que casos ou desgostos amorosos, somente matéria de interesse público. Como é óbvio, se alguém é candidato a primeiro-ministro convém saber se tem algum alegado amigo que possa emprestar um qualquer apartamento em Paris, se recebeu alguma indemnização de alguma empresa pública ou se adjudicou e pagou alguma obra a um amigo e a obra até hoje ninguém a viu. Sei lá… São coisas desse género que são importantes para quem vota e até para quem não vota e saber se deverá ir lá votar.

Mas a verdade, é que ninguém quer ser ministro ou secretário de Estado, até deputado, todos querem é ser ex-ministro, ex-secretários de estado e até ex-deputado, pois ter no currículo um qualquer mandato poderá abrir portas em altos cargos como bancos, empresas internacionais, empresas nacionais, em especial aquelas que estavam sobre a sua alçada enquanto político. Isso sim, terá um grande sucesso.

E agora em rescaldo do Mundial, se a Comunicação Social fizesse tantos diretos, tivesse tantos programas com tasqueiros, com o devido respeito destes, como aqueles que dizem idiotices sobre o futebol, será que os portugueses não seriam mais exigentes com os seus políticos do que são com os futebolistas?

Quero lembrar mesmo que Portugal fosse campeão do Mundo, as nossas dívidas, os nossos dramas continuariam iguais, por exemplo a Argentina pode ter sido campeã no Mundo, mas não vi o PIB aumentar, não vi a vida dos argentinos melhorar, antes pelo contrário, só a bazófia aumentou.

Por isso, meus amigos, procuro neste ano um cargo de um ex-ministro ou ex-administrador de uma qualquer empresa suportada pelos contribuintes!!! É claro que tenho currículo, académico!