No decorrer da audição parlamentar à presidente ds ANAC, Lopes da Fonseca, do CDS, questionou Tânia Cardoso Simões sobre se já viajou para a Madeira e teve de voltar para trás por causa dos ventos fortes. Os limites de vento sao válidos para todos os aeroportos, devido às condiçoes climatéricas, mas, entende o parlamentar, os pilotos deviam ter autoridade para decidir relativamente a uma manobra de dois ou três nós. "Por um, dois ou três nós, 60% dos voos divergem", apontou Lopes da Fonseca, considerando que há limitações impostas que já estão desatualizadas, para além do facto de os limites mandatários serem impostos apenas ao aeroporto da Madeira e não em outras infraestruturas do país.
"No passado houve questões políticas" a influenciar a problemática dos ventos no aeroporto, lembrou, esperando que sejam as decisões científicas a terem mais peso.
A presidente da ANAC assegurou que os pilotos têm sido ouvidos. "O piloto tem autonomia de decisão, mas somos todos humanos", afirmou, comentando que "basta haver um acidente" para prejudicar a evolução nesta matéria.
Tânia Cardoso Simões salientou ainda que há abertura por parte dos pilotos desde que haja dados científicos.
Quanto à questão política, assegurou qur a ANAC é uma entidade independente, sendo que o objetivo de todos os envolvidos, incluindo governos, é o desenvolvimento do setor da Aviação Civil.
Bricio Araújo, do PSD, voltou a questionar a responsável da ANAC sobre se a autoridade consegue garantir que a 30 setembro de 2025, data prevista para a conclusão dos estudos sobre os limites de ventos no aeroporto da Madeira, consiga tomar uma decisão sobre a revisão desta matéria. Tânia Cardoso Simões assumiu que não, porque é preciso analisar bem as conclusões que sejam tomadas. Em 2026, sim, afiançou.
Paula Abreu