O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, afirmou hoje que a determinação do país sul-americano de lutar pela liberdade, num contexto de presença militar dos Estados Unidos nas Caraíbas, é reforçada “com armas”.

“Temos a determinação para lutar, combater, batalhar pela nossa liberdade. É uma determinação que não é nova, é de sempre, mas que hoje é reforçada, e é reforçada com armas e com uma consciência moral, republicana e libertária”, declarou o governante num evento que celebrou o 201.º aniversário da Batalha de Ayacucho.

Padrino López sustentou que era necessário este ato público para recordar que a ideia de pátria e independência é “mais relevante do que nunca”.

“Nunca antes estivemos tão unidos e tão coesos em torno desta ideia”, insistiu.

O titular da Defesa do Governo do Presidente Nicolás Maduro garantiu que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) responderam “com dignidade” às ameaças dos Estados Unidos, que mantêm um grande destacamento militar no mar das Caraíbas sob o pretexto de combater o tráfico de droga, mas que Caracas considera ser um plano para derrubar o regime.

Além disso, Padrino alertou que as FANB têm um plano diretor pertinente para esta “nova e multifacetada agressão militar do imperialismo norte-americano”.

Também hoje, o principal negociador do Governo de Nicolás Maduro, Jorge Rodríguez, afirmou que a Venezuela se defenderá “com absoluta certeza” e lutará contra qualquer potencial agressão por terra, ar ou mar, no contexto das tensões com os Estados Unidos.

“Somos gente de paz, mas tenham a certeza de que, se uma agressão ousar entrar no território sagrado da Venezuela, ou no nosso espaço aéreo sagrado, ou nos nossos mares e rios sagrados, tenham a absoluta certeza de que lutaremos”, declarou Rodríguez num discurso proferido na Assembleia Popular, hoje inaugurada em Caracas, e transmitido pelo canal estatal VTV.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou numa entrevista hoje publicada que Maduro tem “os dias contados” e não descartou uma possível invasão terrestre da Venezuela.

“Os seus dias estão contados”, declarou Trump numa entrevista concedida ao Politico, órgão especializado em jornalismo político, ao ser questionado sobre até onde estaria disposto a ir para tirar Maduro do poder.

Trump evitou responder quando a jornalista Dasha Burns lhe perguntou se poderia ser descartada uma intervenção terrestre com tropas norte-americanas destacadas em território venezuelano.

“Não quero confirmar nem negar. Não quero falar sobre isso. Porque é que falaria sobre isso com o Politico, uma publicação tão hostil para mim?”, observou.

Em várias outras ocasiões, Trump reiterou que “em breve” começarão os ataques contra o tráfico de droga na Venezuela.

Apesar da tensão, Trump e Maduro mantiveram em novembro uma conversa telefónica que, segundo fontes citadas pelo diário norte-americano The Washington Post, “foi cordial”.