Nas polémicas declarações divulgadas no domingo pelo DN-Lisboa, Sérgio Marques coloca em público "questões que há muito são colocadas, nomeadamente pela CDU e vários outros partidos da oposição". "A única novidade é ser dita por alguém que é do PSD", considerou Edgar Silva, coordenador regional da CDU, o qual lembra que estas são questões tratadas já "há décadas".

"Que muitos dos dinheiros públicos têm sido esbanjados e desviados para obras completamente inúteis sem qualquer prioridade para o desenvolvimento humano-social é uma questão sobejamente conhecida e denunciada por nós, CDU. Que o Governo Regional utiliza os dinheiros públicos, o Orçamento Regional, para colocá-lo ao serviço de alguns grupos económicos, é uma questão há décadas denunciada pela CDU, e onde também lá estava o doutor Sérgio Marques, como deputado e como membro do Governo. Que o Governo Regional da Madeira e o PSD utilizam os dinheiros públicos do Orçamento Regional para criar e alimentar clientelas que determinam todo o conjunto do quadro político-económico da Região, tem sido denunciado também", apontou, em declarações à 88.8 JMFM.

Situações estas que, frisou, são combatidas e denunciadas pela CDU, "há décadas", sendo que, para Edgar Silva, Sérgio Marques "vem agora dar razão a todas as denuncias e várias intervenções que têm sido feitas" relativamente àquele que é o regime que a CDU designa por ‘jardinismo’, "que se prolonga para além do Jardim", acrescentou.

"Isto só confirma que o ‘jardinismo’ foi e continua a estar instalado na Madeira, e que a corrupção é um fator estrutural da realidade económica, social e política da Região", atirou ainda o coordenador regional do partido.

Questionado se irá, à semelhança do PS e do JPP, tomar alguma iniciativa politica no Parlamento regional na sequência das declarações de Sérgio Marques, Edgar Silva diz que não, uma vez que, reitera, se trata de um problema "com mais de 20 anos de intervenção politica" por parte do partido.

Lembra, porém, que a CDU avançou com uma moção de censura ao Governo Regional no âmbito das "obras inúteis", "pelo mau uso dado aos dinheiros públicos" e "pelas obras que estão associadas a processos de corrupção".