O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços da Madeira (SITAM) entregou hoje uma missiva ao presidente da Câmara Municipal do Funchal, a solicitar a promoção de uma reunião tripartida entre o Município, o SITAM e a ACIF-CCIM (Associação Comercial e Industrial do Funchal - Câmara de Comércio e Indústria da Madeira), com o objetivo de debater o horário de funcionamento do comércio durante o período natalício.
Em declarações ao JM, o presidente do sindicato, Ivo Silva, explicou que a iniciativa visa sensibilizar a Câmara para a “desnecessidade” de horários prolongados, que entende não aumentarem efetivamente as vendas e sobrecarregarem trabalhadores e famílias. “Apresentamos uma proposta para uniformizar o horário no comércio tradicional, de forma que todos os estabelecimentos encerrem à mesma hora, evitando a situação em que lojas de rua fecham às 20h e grandes superfícies às 22 ou 23h”, explicou.
O sindicato argumentou ainda que o prolongamento excessivo do horário nem sempre é rentável, servindo muitas vezes apenas para exercer poder sobre os trabalhadores. “Alguns empregadores mantêm os estabelecimentos abertos até tarde, mesmo sem produzir lucro, prejudicando empresas menores e podendo levar à sua insolvência”, alertou.
A proposta apresentada estabelece que, na semana anterior ao Natal, o comércio tradicional funcione até às 20h, enquanto na semana das festividades o horário poderia ser estendido até às 21h. O sindicato afirma que esta medida já representa uma concessão face ao horário habitual, considerado suficiente para atender o público.
Segundo a organização, a intervenção da Câmara é fundamental para regulamentar o horário do comércio de rua de forma uniforme. Só depois da consolidação do comércio tradicional, o debate se estenderia aos centros comerciais e comércio integrado. “O que urge é organizar o comércio de rua depois, a abertura dos centros comerciais seguirá o mesmo critério”, sublinhou.
O sindicato defende ainda que a medida beneficiaria tanto os trabalhadores quanto os consumidores, promovendo um equilíbrio entre a atividade económica e a qualidade de vida das famílias. “A ACIF já demonstrou interesse em participar no debate e o sindicato acredita que a maior parte dos empregadores concorda com a proposta, bastando para isso uma sondagem simples junto do setor”, concluiu o presidente da SITAM.