Em comunicado conjunto, o Sindicado dos Trabalhadores em Função Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e a Associação Sócio Profissional da Polícia Marítima repudiaram hoje "veementemente a ligeireza das declarações do CEMA - Almirante Gouveia e Melo" proferidas aquando o centenário do farol da Ponta do Pargo.
De acordo com um comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, as duas estruturas que representam profissionais da Polícia Marítima e dos Vigilantes da Natureza acusam Gouveia e Melo de "sarcasmo" e "escárnio" ao dizer que, em relação ao período de permanência nas Ilhas Selvagens, "o bom, bom, era mudá-los todos os dias, mas não o podemos fazer, dois em dois dias, também não, três em três dias também não".
"Com segurança pode ser retirada uma conclusão das suas palavras: As pessoas não contam, os profissionaisnaquele território não contam! O que conta é a prepotência do posso quero e mando", concluem as referidas entidades.
A ASPPM recorda que "acordou o esforço máximo admissível para cumprimento de missão naquele território para osprofissionais da PM, concertando previamente com os profissionais Vigilantes da Natureza, cuja experiência foi essencial, considerando ficarem a conviver agora duas instituições. O Presidente da República apadrinhou a missão que o Estado confiou a estes profissionais. A missão de proteção da natureza e da segurança marítima estão garantidas".
"Sr. CEMA faça agora por garantir a soberania… enviando militares para aquele território - que na visão logística de V.Exa. poderão muito bem passar 3 semanas a ração de combate. Não basta parecer sério, tem, sobretudo, de ser sério", reagem assim as estruturas representativas dos profissionais em causa.
Consideram-se alvo de uma afronta e lembram que "nem os profissionais do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, nem os profissionais da Polícia Marítima são trabalhadores da Marinha, e muito menos militares da Marinha".
"Os navios são pertença do Estado português, e se a Marinha não quer cumprir a missão com brio, com habitabilidade e comodidade - que são as suas obrigações logísticas no que a esta missão diz respeito-existem outros equipamentos das Forças Armadas capazes de transportar estes profissionais com melhores condições, quer de rapidez, quer de habitabilidade, quer de conservação de alimentos frescos", acrescenta a comunicado.
A concluir, lembram ao CEMA "que está estacionada debaixo do aeroporto do Funchal, uma embarcação onde foram esbanjados largas centenas de milhares de euros ao erário público (Durango Kid), e que se encontra a apodrecer naquele local".
Iolanda Chaves