Foi ontem apresentada a parceria entre o SESARAM, a Universidade da Madeira (UMa) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), que vem abrir caminho para um Centro de Investigação do Cancro na Madeira, que deverá ser formalmente apresentado em maio.
Numa sessão de apresentação que decorreu no Hospital Dr. Nélio Mendonça, que contou com a participação por videoconferência de Sobrinho Simões, fundador e diretor do IPATIMUP, o presidente do Governo Regional considerou tratar-se de "um dia histórico para a Madeira".
"Acho que vamos criar aqui uma instituição que vai dar cartas", disse Miguel Albuquerque, frisando também que o novo hospital terá uma área de cinco mil metros quadrados para a investigação, e lembrando o trabalho pioneiro desenvolvido por Isabel Mendonça.
Pedro Ramos, secretário regional da Saúde, destacou, por seu turno, que a Madeira é já "um ‘living lab’ que pode ser usado para investigar tudo aquilo que poderão ser as nossas preocupações para o futuro". "Agora o polo de atração será a área da oncologia, uma área que é responsável por uma grande mortalidade, e depois temos uma série de doenças prevalentes - as doenças do envelhecimento, as doenças neurodegenerativas, as doenças metabólicas... - toda uma série de doenças sobre as quais poderemos ter oportunidade de fazer investigação", explicou.
"Ao longo dos últimos anos, a Madeira começou um percurso de diferenciação académica com alguns dos seus profissionais - médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas - que têm feito os seus doutoramentos e são uma fonte de alimentação para este Centro Internacional de Investigação do Cancro e das doenças prevalentes, que estamos a começar a construir neste momento. E que melhor do que uma parceria com uma instituição de renome internacional como é o Instituto de Biologia Molecular do Porto, chefiado pelo professor doutor Sobrinho Simões há mais de 30 anos, e cujo nome é reconhecido ao nível internacional", enalteceu o governante.
O secretário destacou ainda o investimento que será feito pelo Governo Regional na aquisição de equipamento e tecnologia necessária para todas as análises que têm de ser feitas ao nível da biologia molecular e da citogenética. Um "investimento de muitos milhares de euros, até porque há equipamentos que custam meio milhão de euros", adiantou.
Por Marco Milho