No plenário madeirense entrou-se já no segundo ponto, na manhã desta quinta-feira, dia de votações na fase final da sessão.

Em apreciação na generalidade está um projeto de resolução, da autoria do PS, intitulado ‘recomenda o aumento, para o ano de 2023, do preço a pagar pela GESBA por cada quilo de banana entregue pelos produtores’.

Na apresentação do diploma, Sílvia Silva não se poupou nas críticas, referindo que "o Governo Regional impede os bananicultores de acederem aos apoios europeus a que têm direito", e diretamente para a bancada social democrata referiu que "o PSD diz que salvou a banana da Madeira, mas agora quem salva os agricultores da mão do PSD?", questionou.

A deputada do PS falou que o Governo investe apenas "6,7 milhões de euros nas 21 mil toneladas de banana recolhidas", acusando a GESBA de ficar com um excedente de "12 milhões de euros para gerir a seu belo prazer", aludindo a mais que quatro milhões de euros de ordenados, entre outas denúncias. Disse ainda que a GESBA paga a "24 cêntimos ao quilo, muito longe daquilo que apregoa a maioria PSD".

Rafael Nunes, do JPP, já fez saber que o seu grupo parlamentar ‘assina de cruz’ a proposta do PS, falando mesmo em "escravidão" no setor, e também diz que os valores a que o JPP teve acesso "desmente todas a campanha de propaganda deste governo", no seu caso, fazendo as contas, referenciando o pagamento de apenas 33 cêntimos ao quilo, apontando que a GESBA gere esse quilo depois por 96 cêntimos. Mais à frente, exaltou que o setor mexe com 18 milhões de euros para a GESBA e que apenas seis milhões chegam aos agricultores, pelo que o organismo gasta 12 milhões na sua própria organização. "Inadmissível", catalogou.

E Ricardo Lume (PCP) alinhou pelas críticas, asseguranmdo que "é o intermediário que fica com o dinheiro que chega da União Europeia", frisando que "este não é um problema apenas deste setor".

David Spranger