O Partido Socialista (PS) apresentou hoje um projeto de resolução que visa garantir um envelhecimento ativo, saudável e com dignidade na Madeira. A proposta, que deverá ser debatida ainda esta semana na Assembleia Legislativa, pretende dar resposta à crescente transformação demográfica que a Região enfrenta.
A deputada Sancha de Campanella explicou que o envelhecimento da população madeirense exige medidas “com efeitos não só imediatos, mas também a médio e longo prazo”.
“Na última década, o índice de envelhecimento na Região aumentou cerca de 50%. Em concelhos como o Porto Moniz e São Vicente já existem dois idosos por cada jovem e, até 2050, esse rácio poderá ser de quatro para um”, alertou.
A deputada socialista sublinhou que o Governo Regional “tem falhado” neste domínio e defendeu a necessidade de uma política estruturada e transversal que abranja áreas como a saúde, habitação, mobilidade e coesão social.
“Temos listas de espera intermináveis, falta de médicos de família e idosos que continuam sem acesso gratuito a medicamentos nas farmácias. É preciso garantir que envelhecer não seja um fardo, mas um direito com dignidade”, afirmou.
Na área da habitação, Sancha de Campanella destacou que muitas casas “não estão preparadas para a mobilidade reduzida dos idosos” e que é urgente “dar resposta às altas problemáticas” nos hospitais.
A deputada recordou que a Madeira continua sem um plano atualizado para o envelhecimento ativo.
“Volvidos seis anos, estamos sem plano! Não há resultados do Plano Regional 2016-2019, não sabemos se funcionou, não houve avaliação nem impacto social. Além disso, o Plano de Ação Nacional para o Envelhecimento Ativo nunca foi transposto para a Região”, criticou.
Segundo a socialista, o projeto do PS pretende “colocar a Madeira em linha com o Plano Nacional e com a década do envelhecimento saudável da ONU”.
“Esta realidade não tem de ser uma fatalidade. Envelhecer não é um problema. O problema é nós não estarmos preparados para envelhecer”, frisou. Sancha de Campanella apontou ainda críticas à Direção Regional para as Políticas Públicas Integradas e Longevidade, criada em 2023, considerando que a estrutura “é apenas corta-fitas”.
“Só aparece em conferências, não implementou um plano, não propôs metas nem avaliou a situação existente. O Governo Regional age de forma reativa e não preventiva”, acusou.
O PS pretende, com esta iniciativa, garantir que o envelhecimento ativo e saudável seja uma prioridade regional, promovendo políticas que reforcem a autonomia e o bem-estar dos idosos.
“Queremos preparar a Madeira para o futuro, para que todos possam envelhecer com saúde, dignidade e qualidade de vida”, concluiu.