A presidente da Câmara Municipal do Funchal, Cristina Pedra, afirmou esta sexta-feira que o balanço humano do seu percurso à frente da autarquia “é 20 numa escala de 0 a 20”. À margem da apresentação do ‘Livro de Honra da Câmara Municipal do Funchal: Personalidades Ilustres Recebidas nos Paços do Concelho (1984-2011)’, a autarca sublinhou a ligação criada com os trabalhadores municipais ao longo do último ano, neste que foi o seu último ato público enquanto líder da edilidade.
“Estivemos agora todos em família. Este momento é o culminar de uma transversalidade de carinhos, de profissionalismo, mas de muito amor e amizade”, declarou, visivelmente emocionada, referindo que o lançamento da obra serviu também para recuperar “memórias e património intangível” ligados à cidade e à forma como os madeirenses acolhem quem os visita.
Antes da sessão pública, Cristina Pedra promoveu um encontro interno com dirigentes e funcionários da autarquia, ao qual chamou “um momento privado de agradecimento”. Foi nesse contexto que convidou o antecessor, Pedro Calado, a dirigir uma mensagem aos trabalhadores.
“Convidei Pedro Calado por minha iniciativa, sem ninguém saber”, explicou a autarca, lembrando que a presidência da CMF é um projeto que a própria teve de continuar “pelas razões que todos conhecemos”, nomeadamente o processo judicial que levou Calado a renunciar ao mandato.
Segundo a autarca, o convite foi feito apenas “meia hora antes”, destacando que o trabalho desenvolvido no último ano foi “um prolongamento harmonioso” da liderança anterior. “Pedro Calado foi o responsável de todos nós estarmos aqui, pelos votos dos eleitores, com a democracia a funcionar”, afirmou, rejeitando a ideia de despedida. “Não gosto de dizer que é uma despedida, mas um agradecimento pelo caminho feito. O meu coração vai cheio e pronto para explodir para o futuro”, acrescentou.
Recorde-se que Pedro Calado recusou prestar declarações aos jornalistas, limitando-se a dizer que esteve nos Paços do Concelho a convite da atual presidente, participando no encontro destinado exclusivamente aos trabalhadores.