A secretária regional de Inclusão, Trabalho e Juventude revelou hoje a intenção de criar condições de acolhimento para “pelo menos 80%” do atual número de pessoas em situação de sem-abrigo na Madeira.
O objetivo foi transmitido aos jornalistas, a propósito da apresentação do Plano Regional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (PRIPSSA), um documento estratégico que vai orientar, nos próximos cinco anos, a resposta pública regional no combate à exclusão social.
De acordo com os últimos números avançados pela Polícia de Segurança Pública (PSP) na última reunião com o Instituto de Segurança Social, há 177 pessoas em situação de sem-abrigo na Madeira.
Paula Margarido indicou ter estado há cerca de duas semanas em Lisboa, onde visitou uma instituição que acolhe 128 pessoas em situação de sem-abrigo. E, apesar de ressalvar que esta experiência não pode ser transferida no imediato para ser implementada na Madeira sem acautelar as particularidades que exigem respostas adaptadas, a secretária regional entende que este é “um bom exemplo” que pode ser seguido.
“Tudo vamos fazer para que, destas 177 pessoas, pelo menos 80% possam ser acolhidas num espaço idóneo”, afirmou a responsável pela pasta da Inclusão Social.
Em relação ao plano apresentado, que vai já na sua terceira edição, Paula Margarido vincou que o PRIPSSA 2025-2030 reúne o conhecimento partilhado de 23 entidades parceiras para intervir e “retirar o maior número de pessoas da situação de sem-abrigo”.
Entre os objetivos deste plano está a integração destas pessoas no mercado de trabalho, mas a secretária regional adverte que “há todo um trabalho a montante que tem de ser feito” ainda antes de chegar a esse passo.
“As medidas passam pela integração no mercado de trabalho, mas, para chegarmos a isso, há todo um trabalho a montante que tem de ser feito com estas pessoas, no que respeita, por exemplo, a perceber quais as fragilidades emocionais ou psíquicas que a mesma apresenta, quais as dependências, alguma eventual doença, e depois criar-lhe algumas rotinas, hábitos de higienização e cumprimento de rotinas”, salientou Paula Margarido.