Os vereadores do JPP, PS e Chega na Câmara Municipal do Funchal abstiveram-se na votação da proposta de orçamento para 2026, na última reunião de câmara do ano, que decorreu esta quinta-feira.
No final, os vereadores justificaram o sentido de voto com a intenção de dar um “voto de confiança” ao novo executivo, mas prometeram fiscalizar de perto a ação do executivo e lamentaram tratar-se de um orçamento “de continuidade”.
“Abstivemo-nos para dar um voto de confiança. Este é um executivo que acabou de chegar e naturalmente que ainda há muito para pensar, planear e definir. Mas é um orçamento de desilusão, sem visão de futuro, que não planeia a cidade”, disse Rui Caetano, do PS.
O socialista considerou que o orçamento “não traz resoluções para os problemas da cidade”: “Não há uma linha que seja para resolver o problema do trânsito, dos estacionamentos, das grandes promessas, da requalificação de bairros sociais. Também não há uma linha sobre o Alojamento Local.”
Já pelo JPP, António Trindade frisou que o orçamento para 2026 “não se vai traduzir em mudanças positivas no concelho”.
“É um orçamento de continuidade, sem criatividade e sem visão ou resposta para os reais problemas do Funchal como o custo de vida. Aliás, já começa mal, porque já hoje foi aprovado um aumento das tarifas da água para o próximo ano. Isso já traduz uma falta de esforço da câmara para reduzir os custos de vida das pessoas”, frisou o vereador do JPP, aludindo ao aumento de 3,5% do custo da água e da recolha dos resíduos sólidos, que também foi mencionado por Rui Caetano.
Por seu turno, Luís Filipe Santos, do Chega, notou que o orçamento “corta 50% do investimento e aumenta em 3 milhões de euros a despesa com o pessoal da Câmara”.
”Vamos continuar a ter estradas com buracos, porque se cortou 50% no investimento e se calhar estamos a canalizar uma verba para alguns tachos”, alertou.
O executivo da Câmara Municipal do Funchal aprovou, esta quinta-feira, com a abstenção dos vereadores da oposição, a proposta de orçamento da autarquia para o ano de 2026, que se fixa nos 136 milhões de euros.