O secretário regional de Agricultura e Pescas abriu, esta tarde, no auditório da Escola da APEL, uma palestra sobre a problemática dos microplásticos e os seus efeitos na saúde, numa iniciativa do Rotary Club Zarco, que envolveu cerca de 130 alunos do 10º ano, daquele estabelecimento de ensino.
A iniciativa, no âmbito do projeto “PLASTICPIRACY”, desenvolvido pelo investigador Pedro Ideia e pelo médico Francisco Barreto, pretendeu lançar à reflexão a presença de microplásticos no meio ambiente, problemática que ganhou maior dimensão, a partir do momento em que estudos revelaram a sua presença no corpo humano, transmitidos através da cadeia alimentar.
Nuno Maciel aproveitou o momento para sublinhar a importância das campanhas de sensibilização e de literacia ambiental, particularmente junto dos mais novos, exortando os jovens a tomarem consciência critica sobre o assunto, a mudarem comportamentos e a contribuírem ativamente para uma mudança de mentalidades, de comportamentos, hábitos de consumo, e de reforço das boas práticas de separação e reciclagem de resíduos, como forma de mitigar este problema.
Perante uma plateia jovem, Nuno Maciel socorreu-se de alguns indicadores globais, para despertar a consciência dos alunos, recordando também a importância do poder regulador dos governos, socorrendo-se de algumas das metas da União Europeia nesta matéria, nomeadamente até 2030, altura em que serão proibidos certos plásticos de uso único, e em que 90% das embalagens de plástico e metal descartáveis para bebidas deverão ser coletadas separadamente, garantindo processos de reciclagem eficientes.
O secretário regional de Agricultura e Pescas garantiu que o governo regional está igualmente atento a esta temática e tem alocado recursos de investigação e monitorização nesta área.
Só na sua tutela, através da Direção Regional de Pescas, a Madeira dispõe do único laboratório regional que permite análise de micro plásticos, capacitado para o monitorizar numa componente muito relevante para a saúde humana: o microplástico que entra na cadeia alimentar e se aloja nos tecidos do pescado que, posteriormente, ingerimos.
Numa ótica de sensibilização, a Direção Regional de Pescas tem conseguido envolver os pescadores madeirenses na recolha de lixo marinho e na correta separação dos resíduos a bordo.
A outro nível, a GESBA – Empresa de Gestão do Setor da Banana da Madeira, já iniciou a substituição progressiva dos sacos de plástico por sacos de TNT (tecido não tecido).
“Esta medida ecológica representa um compromisso firme com a sustentabilidade ambiental, com a reutilização e com a economia circular”, referiu o Secretário Regional de Agricultura e Pescas.
Nuno Maciel, aproveitou ainda para relembrar que a Madeira tem um sistema de recolha de resíduos urbanos eficiente, e há muitos anos que erradicou os aterros de resíduos a céu aberto, reduzindo ao mínimo a colocação de plástico no meio ambiente.
Apesar do que de bom tem sido feito, a Região mantém-se atenta ao evoluir da presença de microplásticos no meio ambiente, pelo que mantém, através da Direção Regional de Ambiente e Mar, uma monitorização do lixo presente no meio marinho e costeiro, bem como das tendências relativas à quantidade de lixo arrastado para as praias e/ou depositado no litoral, incluindo a análise da sua composição, distribuição espacial e origem.