A Comissão Política Regional do Partido da Terra (MPT) condenou esta sexta-feira o Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, acusando-o de atuar por “oportunismo político” ao ter recebido uma professora deslocada sem habitação, depois de o caso ter sido divulgado na comunicação social.
Num comunicado enviado às redações, o MPT afirma que “Miguel Albuquerque governa como um influenciador digital, mais preocupado com curtidas nas redes sociais do que com os dramas reais da população”. E acrescenta: “Vive para os likes, ignora os madeirenses”.
A crítica não se dirige à professora em causa, como faz questão de esclarecer o partido: “O MPT não critica a professora — critica o oportunismo político.”
No mesmo comunicado, o partido denuncia o agravamento da crise habitacional na Região e acusa o Governo de permanecer em “silêncio para uns, teatro para outros”. Para o MPT, “a Madeira foi entregue à especulação”, num cenário em que a “total ausência de regras” permitiu a proliferação do Alojamento Local e da compra de imóveis por investidores estrangeiros e “novos-ricos portugueses”.
“O povo vê-se forçado a emigrar da sua própria terra”, alerta o partido, que considera que “estes ‘novos portugueses’, classe média nos seus países, tornam-se super-ricos aqui devido à fraca valorização dos rendimentos nacionais”.
O MPT defende “liberdade económica, mas com regras claras que ponham ordem no território e protejam o direito dos madeirenses a viver onde nasceram e trabalharam”, e exige medidas como:
Regras claras e limitação efetiva ao Alojamento Local integral;
Política fiscal justa que penalize a especulação;
Programas reais de habitação acessível para a classe média e profissionais deslocados;
Prioridade aos residentes com critérios objetivos.
“O Partido da Terra recusa esta promiscuidade entre o poder político e o grande negócio imobiliário” e conclui: “Chega de governo para as câmaras de televisão. A Quinta Vigia não pode ser um palco — tem de ser um gabinete com soluções.”