A Secção Regional da Madeira da Ordem dos Arquitectos marcou presença no 17.º Congresso Nacional dos Arquitectos, que decorreu de 13 a 15 de novembro na cidade de Évora.
Susana Neves, presidente, participou como secretária na 1ª sessão sectorial com o tema ‘Habitar – crise demográfica e guerras’, e Isabel Dória, vice-presidente, participou como relatora na 5.ª sessão sectorial com o tema ‘Qualidade do Território – alterações climáticas, água e urbanismo resiliente’.
O Congresso foi constituído por Três Moções de Orientação propostas pelo Conselho Diretivo Nacional. Todas as moções foram aprovadas por maioria dos votantes.
Numa atualidade demarcada por transformações constantes e desafios sem precedentes: da crise da habitação à emergência climática e ao efeito do desenvolvimento da inteligência artificial, a arquitetura se reafirma como uma disciplina fundamental na criação de respostas integradas, éticas e transformadoras.
O 17.º Congresso dos Arquitetos desafiou a uma reflexão séria sobre o presente e o futuro da profissão, incentivando os arquitetos a analisar criticamente a função que exercem na sociedade atual.
Com o tema da Inteligência Essencial, o Congresso questionou como a arquitetura pode fomentar uma inteligência aplicada em técnica, sensível, ética e coletiva apta a diferenciar o essencial do secundário, e a converter urgências em projetos significativos.
Ao trazer à tona a essência da prática arquitetónica, destacou-se no centro da discussão a dignidade do viver, a justiça territorial e a qualidade do ambiente.
A orgânica temática do Congresso abrangeu diversas dimensões interconectadas: do natural ao institucional, do cultural ao profissional, reconhecendo a arquitetura como um campo abrangente e um agente estratégico para o desenvolvimento. Destaca-se igualmente a conexão entre formação e prática, enfatizando a relevância do ensino na capacitação de profissionais mais conscientes, críticos e dedicados ao futuro, além da visibilidade internacional da arquitetura portuguesa em contextos variados e tecnologicamente avançados. Quando a inteligência artificial questiona os princípios das profissões criativas e nos apresenta novas formas de automação, é crucial reafirmar a inteligência essencial como uma resposta crítica e profundamente humana, que distingue, interpreta e transforma com significado.
Nesse cenário, o Congresso destacou a arquitetura como impulsionadora de soluções sustentáveis, culturalmente fundamentadas e colaborativas, incentivando a interação com conhecimentos complementares como a engenharia, o urbanismo, a arquitetura paisagística, as ciências sociais e humanas, e a geografia. Refletir com inteligência essencial é, atualmente, um ato transformador, político e profundamente humano.