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Madeira conseguiu manter e até reforçar os resultados escolares, “com uma resiliência assinalável”

Paula Abreu

Jornalista

Data de publicação
09 Maio 2025
16:18

A Conferência de abertura do XI Seminário de Educação de Câmara de Lobos, que decorre hoje e amanhã no Museu de Imprensa da Madeira, contou com intervenções de Maria de Lurdes Rodrigues, João Marôco e Eduardo Sá e ficou marcada por reflexões sobre o estado da educação em Portugal, com particular destaque para o desempenho positivo da Região Autónoma da Madeira.

João Marôco, professor universitário e investigador da Universidade Lusófona, destacou o desempenho da Região Autónoma da Madeira como excecional no panorama nacional: “Num contraste notório, a Região Autónoma da Madeira conseguiu manter e até reforçar os seus resultados, demonstrando uma resiliência assinalável.” A análise baseou-se nos dados mais recentes dos testes PISA, que revelam que, enquanto o desempenho nacional sofreu quebras significativas a partir de 2015, agravadas ainda mais pelo impacto da pandemia, a Madeira seguiu uma trajetória estável e positiva. João Marôco apontou como fatores decisivos a continuidade das políticas públicas regionais, a estabilidade política, a antecipação na digitalização do ensino, que permitiu uma transição eficaz para o ensino à distância durante o confinamento, a gratuitidade dos manuais escolares e o reforço da ação social escolar.

A conferência de abertura contou também com a intervenção da antiga ministra da Educação e atual Reitora do ISCTE, Maria de Lurdes Rodrigues, que defendeu que o conhecimento que hoje existe sobre os desafios da educação tem de ser posto em prática de forma consequente e exigente. Sublinhou que não basta identificar os problemas, é necessário agir sobre eles, com ambição e responsabilidade. Defendeu ainda uma cultura de monitorização contínua, responsabilização e valorização dos professores, alertando para o risco da complacência e da subutilização dos recursos disponíveis.

A fechar o painel, esteve o psicólogo clínico e professor universitário Eduardo Sá, cuja intervenção, inicialmente prevista para sábado, foi antecipada por motivos de agenda. Trazendo uma perspetiva centrada nas crianças, Eduardo Sá defendeu que a escola precisa de ser profundamente repensada a partir das necessidades reais dos alunos. Criticou a sobrecarga horária, o excesso de explicações e a redução do tempo de recreio, defendendo o direito das crianças a brincar, a errar e a crescer ao seu ritmo. Alertou também para práticas que agravam desigualdades e apelou a uma escola mais humana, mais crítica e mais sensível à realidade do século XXI.

O XI Seminário de Educação de Câmara de Lobos prossegue amanhã, com um programa diversificado de painéis e workshops, com a partilha de boas práticas e a reflexão sobre os caminhos da educação no contexto regional e nacional.

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