Numa ação de pré-campanha junto ao terminal de autocarros de Machico, o JPP congratulou-se com a entrada em funcionamento do Sistema Integrado de Gestão da Mobilidade e dos Transportes - SIGA, considerando que, ao fim dos primeiros seis meses de atividade, é altura de fazer uma avaliação “imparcial, séria e transparente”, de modo a corrigir as “insuficiências, carreiras e horários” que se encontram desfasados das necessidades das pessoas que trabalham e dos estudantes.
Paulo Alves afirmou que “há queixas, camionetas superlotadas, pessoas a fazer percursos longos de pé, sem conforto e colocando em causa a sua própria segurança, há carreiras cujos horários não satisfazem de todo quem trabalha ou estuda, portanto, foi dado um passo importante na aquisição de autocarros novos e mais ecológicos, mas é preciso ir monitorizando e corrigindo o funcionamento da nova rede SIGA”.
Assim, o candidato apontou para notícias recentes dando conta de “recordes nunca antes atingidos no transporte público de passageiros, e em especial na rede SIGA”.
“Isso parece um bom sinal, mas é uma questão que precisa de uma análise imparcial para se perceber outras coisas importantes”, explica o número 4 da lista do JPP na lista à Assembleia Legislativa Regional.
“Ainda não vi nenhum responsável esclarecer se esse crescimento é o resultado de uma política de transportes públicos que tem contribuído para a neutralidade carbónica, retirando automóveis do Funchal, por exemplo, ou se, pelo contrário, as pessoas continuam a utilizar o automóvel particular para fazer a sua vida, por causa dos tais horários desfasados dos transportes públicos, e esse crescimento é apenas o resultado direto da introdução dos passes gratuitos e do fluxo turístico que, segundo indicações de profissionais do setor, também tem contribuído para aumentar fortemente o número de automóveis das rent-a-car em circulação.”
O transporte coletivo de passageiros não poderá ser a única solução para a mobilidade terrestre e interna regional. É preciso dotar a Região de modelos alternativos mais ecológicos, como a mobilidade vertical, já testados com sucesso em orografias semelhantes à da Madeira, e foi isso que defenderam especialistas do setor, no Funchal, em janeiro deste ano, na conferência “Território e Mobilidade” organizada pela ACIF.
Ideias que o JPP comunga e integram o seu Programa de Governo, para colocar em prática se a população chamar o partido a responsabilidades governativas no dia 23 de março.
“Para o JPP, a aposta nos transportes públicos de passageiros é a mais recomendável para cumprir as metas ambientais e da neutralidade carbónica, mas não basta colocar novos autocarros em circulação”, afirma Paulo Alves. “É preciso oferecer alternativas mais limpas, haver uma posição governativa afirmativa, clara, eficaz e atrativa para que as pessoas consigam perceber as vantagens do transporte público, é preciso rever e adequar as carreiras e os horários às necessidades de todos os estratos sociais, mas com uma particular atenção em quem tem de fazer deslocações diárias para trabalhar e nos jovens estudantes.”
A mobilidade interna na Região Autónoma da Madeira sofreu, nos últimos tempos uma mudança que já era aguardada há décadas com a implementação da “Concessão de Serviço Público de Transporte Rodoviário de Passageiros na RAM”.
Na memória de muitos ainda estão bem presentes os autocarros obsoletos onde chovia dentro e onde o conforto era uma miragem. Atualmente há maioritariamente uma frota moderna distribuída pelas três empresas que prestam o serviço na Região nomeadamente CAM (SAM e Caniço), SIGA Rodoeste e Horários do Funchal. Houve uma clara melhoria nas condições de transporte, mas os utentes queixam-se de um número de carreiras insuficientes, especialmente nas chamadas horas de ponta (início da manhã e final do dia). Nestas horas não é raro ver autocarros cheios com passageiros a viajarem de pé. Este facto compromete à partida a questão do conforto e da segurança, como é óbvio. Faltam, portanto, mais carreiras nas horas “cheias”.