Os Jovens do Bloco de Esquerda Madeira apelam à participação na greve geral convocada para amanhã, quinta-feira, justificando a posição com a oposição ao pacote laboral apresentado pelo Governo, que tem gerado “fortes contestações por todo o país”.

Num comunicado, o grupo afirma que as alterações propostas “farão aumentar a flexibilidade dos horários, reduzir garantias associadas à contratação, e enfraquecer instrumentos de proteção dos trabalhadores, como mecanismos de negociação coletiva ou regras relativas à organização do tempo de trabalho”. Acrescenta ainda que estas mudanças acontecem “num contexto em que a precariedade já afeta de forma desproporcionada os jovens trabalhadores”.

Os Jovens do Bloco lembram que os dados conhecidos mostram que os jovens enfrentam “uma taxa elevada de contratos não permanentes, rendimentos abaixo da média nacional e obstáculos crescentes para suportar o aumento do custo de vida”. No comunicado criticam também o Governo, considerando contraditório que defenda a necessidade de travar a emigração jovem enquanto apresenta medidas que, na sua perspetiva, beneficiam “os patrões e os super ricos”, afirmando: “E ainda vem o governo dizer que é preciso olhar pelos jovens, para evitar que os mesmos emigrem, mas mais uma vez o que reparamos é que os patrões e os super ricos é que saem a ganhar, como sempre, com estas medidas oportunistas.”

O documento sublinha igualmente problemas sentidos na Região, como “transportes públicos insuficientes para estudantes e trabalhadores, pressão crescente sobre serviços públicos essenciais e um mercado habitacional que se tem tornado cada vez mais inacessível”, defendendo que é “fundamental avaliar e divulgar o impacto concreto que as alterações propostas podem ter na vida de quem trabalha e estuda”.

Os Jovens do Bloco consideram “essencial participar ativamente neste momento de contestação social”, classificando a greve geral como “uma ferramenta legítima de defesa dos direitos laborais” e “um meio de demonstrar, de forma coletiva e democrática, que decisões com este alcance não podem avançar sem ouvir quem será diretamente afetado”. Terminam com um apelo: “Por todas estas razões, apelamos à participação na greve geral.”