O representante da República para a Região Autónoma da Madeira, Ireneu Barreto, marcou presença hoje na cerimónia do 189.º aniversário da Zona Militar da Madeira e no Juramento de Bandeira do 2.º Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército de 2025, que decorre na Ponta do Sol, onde destacou o papel estratégico da Madeira e apelou à valorização das Forças Armadas.
”Nestes dias complexos, convém ter presente o contexto geoestratégico onde nos inserimos”, alertou, referindo-se ao atual cenário de instabilidade global e à posição estratégica de Portugal, com especial foco nas regiões autónomas. “É evidente a relevância geoestratégica do Arquipélago da Madeira e das águas soberanas que o mesmo acrescenta ao nosso País”, afirmou, reforçando o papel das Forças Armadas na defesa dessa soberania.
O representante da República destacou ainda os desafios que se colocam à segurança coletiva da NATO e da União Europeia, salientando a necessidade de conciliar a defesa com a manutenção do Estado Social. “Será um equilíbrio nada fácil”, reconheceu, acrescentando que “o contributo de Portugal para a segurança global e para a paz deve passar, antes de mais, pelo cumprimento dos compromissos internacionais por si assumidos”.
No plano interno, Ireneu Barreto considerou fundamental tornar a vida militar mais atrativa para os jovens, realçando que a modernização das Forças Armadas não se faz apenas com equipamento, mas também com a valorização das suas pessoas. “A complexidade da sua missão não se compadece com soluções ad-hoc, de curto prazo ou eivadas de voluntarismo”, disse, defendendo Forças Armadas “profissionalizadas, bem equipadas e modernizadas”.
Dirigindo-se diretamente aos jovens militares que prestaram juramento de bandeira, deixou uma mensagem de encorajamento e emoção: “Que este dia fique gravado na vossa memória com a força de um juramento sagrado. Que, onde quer que a vossa missão vos leve — cá dentro ou além-fronteiras — nunca se esqueçam deste momento”, rematou.
Por fim, dirigiu também uma palavra às famílias dos recrutas, reconhecendo o papel silencioso mas fundamental de quem apoia os militares nos bastidores. “A vossa atitude é essencial para que todos eles se sintam mais fortes no desempenho de uma missão por si exigente”, sustentou.