Intervindo sobre o que significa ser um território UNESCO, Paulo Oliveira, vogal do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza e gestor do bem Laurissilva para a UNESCO, começou por recordar que o conceito de Património Mundial “nasce de uma convenção de 1972”, através da qual os países signatários se comprometeram a proteger os seus valores universais excecionais.

As vantagens, frisou, “são múltiplas”, desde logo a criação de empatia das populações com a natureza. “A pessoa que tem um território UNESCO no seu território fica orgulhosa”, resumiu, apontando também “uma série de efeitos satélite”: maior atenção dedicada à área classificada, reforço da visibilidade internacional e o facto de o turista “assinalar o território”, podendo essa marca ser “um motivo de visita”.

Paulo Oliveira fez questão de desfazer alguns mitos associados ao selo UNESCO, começando pela ideia de que a organização impõe diretamente um quadro legal. “Ser território UNESCO é uma certificação”, explicou, sublinhando que é indispensável existirem leis nacionais e regionais que protejam o território, “mas não é a UNESCO que impõe essas leis”.

Outro equívoco recorrente está ligado ao financiamento e ao papel fiscalizador da organização. “A UNESCO não nos dá dinheiro”, afirmou, esclarecendo que existe apenas “um fundo de ajuda” destinado a apoiar territórios em estado crítico, sobretudo em países onde não há condições para garantir a sua proteção. “Há um mito de que a UNESCO dá milhões, que multa e que é repressora, e não é nada disso”, reforçou.

O fórum sobre ‘25 Anos Como Património Mundial da UNESCO – O Legado’, iniciativa conjunta da Secretaria Regional de Ambiente, Turismo e Cultura e do Jornal, prossegue ao longo da tarde, com cobertura em tempo real nos canais do JM.