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Filipe Sousa acusa Governo de “meter a mão” na taxa turística

Data de publicação
14 Janeiro 2024
15:29

O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz publicou, hoje, um ‘ponto de ordem’, no qual acusa o Governo Regional de “meter a mão numa taxa que é dos municípios”.

“Não sei se se lembram o drama e a tragédia que se anunciou quando Santa Cruz decidiu passar a cobrar uma taxa turística, alinhada, aliás, com o que já acontecia em todo o mundo civilizado”, começa por referir o autarca, reiterando que esta semana “voltamos a assistir a um daqueles malabarismos tão ao gosto do poder regional”.

Na altura em que foi tomada a decisão no concelho de Santa Cruz, Filipe Sousa recorda que foram anunciados “despedimento, fim do setor do turismo e outras desgraças”.

“A nossa oposição, nomeadamente aquela do eixo PSD/CDS, agora conluiados com o PAN que, como se tem visto, depressa aprendeu os vícios da nossa peculiar ‘democracia’, moveram associações comerciais, hoteleiros, trabalhadores, e acusaram Santa Cruz de tudo e mais alguma coisa”, recorda.

“Daí para cá, não só não se concretizaram os cenários catastróficos que essa gentinha andou a proclamar para travar uma medida legítima do poder local, como já assistimos a várias posições vindas do partido que nos governa e dos seus amigos ideologicamente versáteis”, aponta o edil, acrescentando que “à segunda e à terça são a favor da taxa turística, à quarta e à quinta são contra, à sexta e ao sábado querem a taxa turística para eles e ao domingo normalmente descansam, talvez cansados de tanta incongruência”, critica.

A isto Filipe Sousa apelida de “instabilidade mental”, tendo em conta que depois do secretário regional de Turismo e Cultura “ter vindo a público apelidar a taxa de Santa Cruz de ‘aldrabice’, eis que inscrevem aldrabice no Orçamento Regional, prevendo uma receita de 10 milhões”.

”Ou seja, aquilo que era uma aldrabice passou a ser uma coisa certa, desde que fosse cobrada pelo Governo Regional, metendo assim mão numa taxa que é dos municípios. Coisa, aliás, muito ao gosto de quem nos governa, que, como se sabe, é gente que não respeita a autonomia do poder local. Felizmente que, desta vez, a AMRAM travou o assalto”, frisa o edil.

Em suma, Filipe Sousa conclui que “Santa Cruz esteve sempre certa na sua opção de obrar a taxa turística, tão certa que agora a medida é defendida e pretendida por quase todos as câmaras, que defendem um modelo exatamente igual ao que nó idealizamos, criamos e colocamos em prática”.

“É de toda a justiça que assim sejam, mas o que já não nos tiram é o facto de termos sido pioneiros, o facto de termos lutado por aquilo que considerávamos certo, o facto de termos tido a coragem política de avançar”, remata.

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