Para Paulo Cafôfo, presidente do PS-M, não há que ter medo da rutura quando significa uma mudança de ciclo, aclarando, à composta plateia, que há que ter medo, isso sim, se não houver mudança, destacando ademais que o propósito “não é fazer uma revolução, mas sim uma evolução”.
As escolhas a fazer, a seu ver, é entre “manter um regime que a alguns protege” ou escolher, no caso, “a mudança”.
“É preciso que os partidos respeitem as vontades dos seus eleitores”, evocou, lembrando que, desde 2019, não há “maiorias absolutas”.
Ora, o líder do PS-M entende este como um sinal claro de que o ‘grito de alerta’ dos eleitores vai no sentido de pedir uma mudança.
Devolver a dignidade à política
”Nós temos que nos juntar para construir uma alternativa e criar uma solução de governo”. O presidente dos socialistas madeirenses referiu as soluções esgotadas, desde 2019, à Direita, e apela que é a hora do PS avançar. Ademais, contrariamente a quem governa há 50 anos, o PS nem “margem tem para falhar”.
“A riqueza gerada não está a ser distribuída de forma justa”, evidenciou o político, dizendo que algo “está a falhar nesta governação de 50 anos”.
“Pior do que aceitar que tantos têm tão pouco, é aceitar que aqueles que têm pouco acharem que nunca vão ter nada”, mencionou, apelando que “não é possível normalizar a pobreza”, acusando Miguel Albuquerque (PSD), de hipocrisia ao afirmar que os números da pobreza são normais.
Paulo Cafôfo foi duro nas críticas e sublinhou a governação de um Governo Regional que classificou como “paternalista”, um “estado de dependência”, que é contra a “dignidade de cada pessoa”. Pede um Estado Social e garante que o PS jamais vai prometer o “irrealizável”.
Marta Freitas, secretária-geral do PS-M, Miguel Iglésias, deputado à Assembleia da República pelo círculo da Madeira, são algumas das figuras destacadas do partido aqui presentes, mas muitos também da sociedade civil. Nota, a título de exemplo, para a presença de Violante Saramago, filha do Prémio Nobel português da literatura.
Os Estados Gerais do PS, dedicados à área social, começaram com o discurso de Paulo Cafôfo.
Seguem-se Gonçalo Leite Velho (coordenador dos Estados Gerais), Bruno Martins (arquiteto), Daniel Neto (médico psiquiatra), Eduardo Fernandes (sociólogo), Teresa Ruel (politóloga).