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“Elefante na sala” é a persistência de desemprego jovem e emigração juvenil

Data de publicação
26 Novembro 2025
10:27

O debate temático sobre Emprego, realizado na Assembleia Legislativa da Madeira, ficou marcado pelas preocupações da Iniciativa Liberal (IL) relativamente ao desemprego jovem, à emigração de quadros qualificados e ao desfasamento entre a formação superior e o mercado de trabalho regional.

O deputado Gonçalo Camelo começou por admitir que as estatísticas do desemprego na Madeira demonstram “níveis históricos de baixa” e uma situação “de pleno emprego”, beneficiando do dinamismo do turismo e da construção civil, impulsionada pelo PRR. “Estamos melhor que em Portugal continental”, reconheceu.

No entanto, advertiu que as estatísticas positivas escondem fragilidades estruturais que continuam a afetar sobretudo os mais jovens. “Não vou questionar os números do desemprego, tal como não questiono os indicadores de risco de pobreza ou exclusão social. Os dados não são para ser usados conforme convém”, frisou.

Para o deputado liberal, o “elefante na sala” é a persistência de desemprego jovem e emigração juvenil, acompanhados por salários baixos e falta de oportunidades qualificadas. Camelo apontou vários dados preocupantes. Em 2024, a taxa de jovens que nem trabalham, nem estudam situou-se nos 10,7%, acima da média nacional. 35% dos desempregados estão na faixa dos 18 aos 34 anos. A emigração jovem madeirense permanece “sucessiva e recorrente”, levando à perda de “um dos ativos mais valiosos” da Região.

Entre os fatores que agravam o problema, Camelo destacou o custo elevado da habitação, a baixa atratividade dos setores dominantes, como turismo e construção, para jovens qualificados, o desajuste entre formação e mercado, afirmando que universidades e politécnicos “estão a formar para postos de trabalho que não existem na Região”.

O deputado sublinhou ainda que os jovens trabalhadores são “sempre os mais mal remunerados”, tanto na Madeira como no resto do país.

Perante este cenário, questionou objetivamente o Governo Regional: “O que pretende o Governo fazer para combater o desemprego e a emigração jovens, diversificar a oferta de emprego e aumentar os salários dos jovens?”

Na resposta, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, concordou que o tema é “central” para o futuro da Madeira. “O que é que nós podemos fazer? Tentar atrair para a Madeira empresas com maior incorporação tecnológica”, afirmou.

Albuquerque salientou que esta aposta não se limita ao setor tecnológico tradicional, mas abrange “todas as empresas com forte componente tecnológica”, capazes de oferecer melhores salários e carreiras alinhadas com as qualificações dos jovens madeirenses.

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