Eduardo Jesus, secretário regional de Turismo, Ambiente e Cultura, apontou as alterações climáticas como “a maior ameaça” a este património, seja pelas mudanças de temperatura que facilitam os incêndios, seja pela propagação de espécies infestantes, favorecida pela alteração das condições naturais.
Lembrou que o Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) tem “várias equipas no terreno, desde guardas florestais a vigilantes da natureza”, permanentemente em ação. Ainda assim, reforçou que a preservação da Laurissilva “é uma responsabilidade coletiva”, assente no conhecimento e no orgulho. “Quando as pessoas têm consciência desta preciosidade, orgulham-se de ter uma joia como esta e passam a olhar de forma diferente para a Laurissilva”, afirmou, evocando até a tradição da espetada em pau de louro como exemplo simples da relação histórica da população com a floresta.
Ainda neste âmbito, Eduardo Jesus recordou que, este mês, o Governo lançou ‘Explora. Respeita. Preserva.’, uma ação que pretende ser o primeiro passo de um movimento de consciencialização dirigido a visitantes e residentes, com vista à preservação e valorização do destino Madeira e Porto Santo.
“É uma campanha para educar o visitante: ele pode explorar, mas tem de respeitar e preservar”, explicou, sublinhando que a mensagem passa por esclarecer, de forma muito concreta, o que se pode ou não fazer na Laurissilva. Entre os exemplos, destacou o apelo para que não se alimentem os pássaros em meio natural, evitando “distorções na cadeia natural e na própria estrutura orgânica” das aves.
“Muitas vezes, se as pessoas não tiverem consciência do que é a Laurissilva, não a apreciam”, observou, acrescentando que, sem esse enquadramento, “a possibilidade de respeitar na íntegra o que é fundamental fica aquém”.
Sobre o impacto inicial da campanha, o secretário regional diz que os sinais “têm sido muito positivos”, com dois objetivos a serem alcançados em paralelo: “os que nos visitam estão a aceitar bem essa comunicação e os madeirenses estão a cuidar do que é nosso”.
“O nosso objetivo é preservar, permitir a fruição, mas demonstrar que o Governo está a cuidar do nosso espaço”, concluiu, no âmbito do fórum sobre os 25 anos da Laurissilva como Património da UNESCO, dinamizado hoje numa iniciativa do JM com a Secretaria Regional de Ambiente, Turismo e Cultura.